Juntos somos mais fortes. Este foi o princípio subjacente à criação da Rede de Organizações de pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde, a 6 de junho, numa sessão que reuniu organizações de pessoas com doença e deputados. A Assembleia da República, «casa da democracia», foi o local escolhido para a assinatura do documento de consenso. «É o melhor lugar para dar voz às redes, que são verdadeiros parceiros ativos e empenhados, e intervêm onde o Estado, muitas vezes, não tem capacidade de intervir», congratulou-se António Maló de Abreu, presidente da comissão parlamentar de Saúde, para quem a formalização da Rede foi um «passo muito importante».
A Rede é promovida por quatro organizações que, juntas, congregam mais de 90 associações de doentes e utentes de saúde. São elas: a FENDOC – Federação Nacional de Associações de Doenças Crónicas; a MAIS PARTICIPAÇÃO melhor saúde; a Plataforma Saúde em Diálogo; e a RD-Portugal – União das Associações de Doenças Raras de Portugal.
Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que representa 62 das 90 organizações da nova rede
«Em rede, sentimo-nos reforçados, ganhamos força e convicção, e conseguimos mais sucessos», afirmou a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que representa 62 organizações. Maria do Rosário Zincke enumerou alguns dos temas transversais a organizações de doentes e utentes de saúde, e que serão prioridades da Rede: a regulamentação da carta para a participação pública em saúde, o estatuto da pessoa com doença crónica, a implementação do estatuto do cuidador informal, a extensão da telessaúde, o acesso à medicação hospitalar, e o serviço de renovação da terapêutica crónica.
A Rede de Organizações de pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde quer intervir junto dos decisores políticos, fazendo valer os direitos das pessoas com doença. «As organizações que representam os doentes querem «ser co-construtores da política de saúde em Portugal», defendeu Margarida Santos, da coordenação da MAIS PARTICIPAÇÃO melhor saúde. Para isso, é importante o foco em «causas comuns». Carlos Oliveira, presidente da FENDOC, explicou o modo de funcionamento da nova organização: «Partindo de necessidades comuns e, com base no protocolo definido, as entidades que constituem a Rede vão debater propostas concretas até entregá-las à Assembleia da República ou ao Governo».
A sessão de formalização contou com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que assumiu o compromisso da Direção-Geral da Saúde apoiar a transferência das necessidades e aspirações identificadas pela Rede para a prática. «É neste processo de aplicação das soluções que se consegue resultados em saúde, que é o que todos queremos», afirmou. Estiveram presentes na sessão deputados da Iniciativa Liberal, do Partido Comunista Português e do Partido Socialista, que louvaram a iniciativa.