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30 junho 2023
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Maior complementaridade

​​​Serviços farmacêuticos centrados nas pessoas, que responsabilidades?

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​A prestação de serviços farmacêuticos deve fortalecer a complementaridade entre o SNS e as farmácias, que devem evoluir para unidades de saúde complementares. A tese é defendida por Maria Mendes, que sublinha que a rede de farmácias está capacitada para prestar um conjunto de serviços, como a renovação da terapêutica e a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, incluídos no Orçamento do Estado 2023, mas também serviços de triagem de situações clínicas ligeiras e consultas farmacêuticas de revisão da medicação. A gestora da Área de Intervenções em Saúde, da ANF, falava durante a sessão inaugural do congresso, dedicada aos serviços farmacêuticos, à qual Catarina Mesquita Machado trouxe o exemplo do serviço de teste rápido Streptococcus, implementado na Farmácia Coelho para a deteção da infeção aguda da orofaringe. Na sua preleção, a farmacêutica desafiou as autoridades de saúde a tomarem medidas no sentido da «agilização do processo que medeia um teste positivo e a pessoa sair da farmácia com a solução para o seu problema».


As farmácias devem evoluir para unidades de saúde complementares, defendeu Maria Mendes, gestora da Área de Intervenções em Saúde, da ANF

«O papel das farmácias é fundamental na gestão das doenças que se manifestam na pele», garantiu Jaime Melancia, acrescentando que estes doentes têm muitas vezes, nas farmácias, a porta de entrada no sistema de Saúde. O representante da PSO Portugal - Associação Portuguesa da Psoríase, sublinhou que a complementaridade só é possível através da implementação efetiva de um registo único de dados de saúde, que permitirá que a informação seja partilhada com os diferentes profissionais e/ou unidades de saúde, nos diversos níveis de cuidados, públicos ou privados.

​Os doentes têm muitas vezes, nas farmácias, a porta de entrada no sistema de Saúde, afirmou Jaime Melancia, representante da PSO Portugal - Associação Portuguesa da Psoríase

Também os médicos de família contam com as farmácias para assegurar serviços não disponíveis na rede de cuidados primários, defendeu Nuno Jacinto, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. O médico reiterou ainda a importância de aprofundar a comunica​ção entre estes profissionais e os farmacêuticos, e advogou o conhecimento mútuo sobre o âmbito de competências de cada um, «logo na formação académica».

Não menos importante é a questão da remuneração dos serviços farmacêuticos, que poderá ser feita pelo SNS e/ou pelas seguradoras, ainda que a indústria farmacêutica esteja disponível para apoiar financeiramente a implementação mais estruturada de projetos pontuais, que ajudem a gerar evidência, garantiu Vasco Conde, market access director da Novo Nordisk.

Entre todos os participantes foi consensual a ideia de que a partilha de dados clínicos dos doentes, entre médicos e farmacêuticos, é indispensável para a melhoria dos resultados em saúde. «Os profissionais estão todos alinha- dos neste desígnio», afirmou Nuno Jacinto.​


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