Bernardo tem mais oito centímetros numa perna do que na outra, por isso usa calçado ortopédico. Um calçado especial com adaptações.
«Os pés sofrem um pouco», confessa, e tem bastante cuidado em hidratar bem a pele para não ter feridas e tratar delas quando surgem.
Além disso, o jovem médico usa e abusa dos auxiliares de mobilidade. Para grandes distâncias, a cadeira de rodas; para mais pequenas, as muletas. «Tento proteger ao máximo as mãos para que sofram menos durante a mobilidade e treinar mais a região dos músculos que me permitem uma maior autonomia».
Acrescem a estas condicionantes as barreiras arquitectónicas que uma pessoa com necessidades especiais tem de contornar. Por exemplo, Bernardo adora ir à praia, mas nem toda a costa lhe é acessível. E não estamos a falar das limitações da areia. Na opinião de quem esbarra em degraus e não encontra rampas, nem sempre se deve procurar o caminho alternativo. «Devemos identificar os problemas que existem e transmiti-los às principais entidades». O tema é complexo e precisa de chegar a quem decide.
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