No telheiro Alberto Rocha produz-se tijolo de burro, telha, faixas e o famoso ladrilho de Santa Catarina. O nome do ladrilho vem da terra onde é criado, a pequena freguesia de 400 habitantes, atravessada por um filão de argila que justificou a fixação da indústria cerâmica.
Os ladrilhos de Santa Catarina, e restantes materiais, são muito procurados por arquitectos portugueses, franceses e italianos. São usados na reabilitação de casas, como em herdades alentejanas. Conferem conforto e robustez, e combinam com qualquer tipo de arquitectura. «Uma casa revestida com ladrilho de Santa Catarina emana paz e tranquilidade, o equilíbrio próprio dos materiais naturais», explica a engenheira civil Elisabete Rocha, coordenadora do telheiro.
No exterior daquele espaço encontra-se o grande buraco da mina, de onde é extraída a argila vermelha. A produção é totalmente sustentável e mantém-se quase toda manual. Há 15 artesãos no telheiro. Começam por moer a argila em moinhos de martelos, transformando-a num pó muito fino, que depois é misturado com água. Distribuem a pasta pelas mesas de corte e criam as peças, uma a uma, com recurso a moldes de várias dimensões. Depois de secarem na eira, as peças são recolhidas à mão e colocadas em camadas nos fornos verticais. A queima, feita à noite, usa biomassas como lenha, bagaço, casca de noz e de amêndoa. «Antigamente usava-se esteva, que deixava um cheirinho pelas aldeias», recorda Elisabete Rocha. A engenheira acredita que o negócio está para durar. «Os nossos artesãos gostam do que fazem. Enquanto tivermos matéria-prima e forma de escoar o produto, estamos cá!».
Para conhecer mais desta história, peça a #RevistaSaúda deste mês na sua farmácia.