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2 março 2020
Texto de Rita Leça Texto de Rita Leça Fotografia de José Pedro Tomaz Fotografia de José Pedro Tomaz

Finalmente livres

​​​​Doentes deste hospital já podem escolher a farmácia.

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Os portadores de VIH/sida seguidos no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) já podem escolher levantar os seus medicamentos anti-retrovirais numa farmácia perto de casa. A medida abrange 500 doentes dos distritos de Braga e Viana do Castelo, assim como dos concelhos da Maia, Valongo e Porto, que até aqui precisavam de se deslocar regularmente à farmácia daquele hospital, para não interromperem os seus tratamentos.

«O mais valioso é a sua dimensão pedagógica, ajuda a desmistificar a doença», disse Armando Guimarães, do Grupo de Activistas em Tratamentos, na cerimónia de arranque do projecto-piloto, realizada no dia 1 de Dezembro. «Há ganhos. Ganhos de tempo em deslocações, ganhos por não ter de faltar ao trabalho, ganhos por poder escolher a farmácia mais conveniente e ser atendido num ambiente informal», sublinhou Armando Guimarães, rematando: «É libertador!».

Os doentes que vivem mais afastados do CHUSJ perdiam dias inteiros para levantar medicamentos. De Castro Laboreiro, Melgaço ou Terras de Bouro, por exemplo, só de viagem são duas horas para cada lado.

Até Abril, a mesma liberdade vai chegar aos doentes com esclerose múltipla. Posteriormente, o programa, que se chama Farma2Care, será estendido a doenças oncológicas, medicamentos para transplante renal e hemofilia. «Vamos abranger muitas centenas de pessoas, à medida que formos alargando a novos distritos e a novas patologias», acredita Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do CHUSJ.

Só no distrito de Braga, 101 farmácias aderiram ao novo serviço. Cada uma delas terá pelo menos um farmacêutico com formação específica para a dispensa dos medicamentos, o esclarecimento de possíveis dúvidas e o seguimento dos doentes entre consultas médicas.

O Farma2Care resulta de uma parceria entre o CHUSJ, a Ordem dos Farmacêuticos (OF), a Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA) e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), para garantir aos utentes um acompanhamento de proximidade. «É uma visão integrada de toda a medicação que os utentes têm de cumprir. O nosso objectivo é que, daqui a um ano, esteja presente em todas as zonas do país», disse Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF, durante a apresentação, realizada em Braga, no Dia Mundial Contra a Sida.


 


Doentes satisfeitos

A dispensa de medicamentos para o VIH/sida nas farmácias comunitárias facilita o acesso aos medicamentos e corresponde às melhores expectativas dos doentes. É o que se conclui de um estudo de satisfação que reuniu peritos do Centro de Estudos de Medicina Baseados na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa, do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa e do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde da Associação Nacional das Farmácias.

Os resultados foram obtidos com base em dois inquéritos preenchidos pelos doentes do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, que aceitaram integrar uma experiência-piloto, que arrancou em Dezembro de 2016. O primeiro, sobre a satisfação com a farmácia hospitalar, foi realizado na primeira visita à farmácia comunitária. E o segundo, seis meses depois, com os mesmos parâmetros, sobre a avaliação da experiência com as farmácias comunitárias. «Os inquéritos foram respondidos em papel, por forma a assegurar a confidencialidade das respostas», descreve o relatório final.


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