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ANF
6 junho 2019
Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Fotografia de Mário Pereira Fotografia de Mário Pereira

«Farmácias vão continuar a ser a mão longa do SNS»

​​​​​​​Paulo Cleto Duarte abre novo mandato de presidente da ANF.

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​Paulo Cleto Duarte inaugurou o novo mandato como presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) com um discurso de confiança nos próximos 40 anos do SNS. «Acho possível unirmos esforços para que os portugueses permaneçam mais anos saudáveis, em lugar de consumirmos todo o nosso tempo a tratar as suas doenças evitáveis. Vejo-nos, como profissionais de saúde, a lutar para aliviar o nó que sentimos na garganta sempre que chegamos tarde demais a um doente», disse.

Porque «a fé num mundo melhor dá muito trabalho», o presidente da ANF considerou «indispensável desenvolver os princípios de universalidade e equidade que presidiram à fundação do SNS». Paulo Cleto Duarte falou ainda de coesão. «Tenho esperança de que não abandonaremos o Interior, nem deixaremos os mais idosos entregues à sua sorte», declarou. «Muitos já sentiram na pele o encerramento maciço de serviços de saúde, escolas, correios e caminhos-de-ferro», descreveu.


Maria de Belém e o deputado António Sales, que será o relator da petição "Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS"

Na tomada de posse, a 23 de Abril, recordou as propostas de 120 mil portugueses na petição "Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS". 

As farmácias «estão prontas» a responder aos desafios desse documento. Desde logo, o que está previsto no Programa do Governo, de dispensa de medicamentos a doentes oncológicos e com VIH-sida. Por outro lado, «deram provas em Loures» de que aumentam a cobertura vacinal contra a gripe dos grupos de risco. Podem ainda «formar equipas e pôr no terreno quaisquer programas de apoio aos idosos e doentes crónicos, como aconteceu com grande sucesso no caso dos doentes ostomizados».

Paulo Cleto Duarte concluiu o discurso com o compromisso de fazer cumprir a missão deixada às farmácias por António Arnaut:

«Têm a minha palavra: As farmácias vão continuar a ser “A mão longa do Serviço Nacional de Saúde».

A ministra da Saúde, que discursou a seguir, garantiu ser «propósito deste Governo ter a ANF como parceira no desafio de que o bem-estar e a saúde se tomem valores universais a que todos, sem excepção, devem ter acesso». Marta Temido considerou «exemplares» várias parcerias entre as farmácias e o Serviço Nacional de Saúde.


«Podem contar connosco», disse a ministra da Saúde na tomada de posse da Direcção da ANF

Em primeiro lugar, referiu-se ao «apoio à disseminação da vacina da gripe». Nesta época vacinal, pela primeira vez, as farmácias de Loures e Odivelas vacinaram os utentes maiores de 64 anos em parceria com os centros de saúde, o que resultou no aumento em 31 por cento da imunização deste grupo de risco.

A governante identificou depois o projecto-piloto para a dispensa de medicação anti-retroviral aos portadores de VIH-sida, que «já beneficiou 275 doentes». A ministra considera ainda dois projectos tecnológicos, a Receita Sem Papel e as Notas Terapêuticas Simples, que permitem a comunicação entre médicos e farmacêuticos, «uma mais-valia para a rede de farmácias e sobretudo para o cidadão».

«O papel das farmácias no ecossistema da Saúde tem permitido estabelecer frentes de combate extraordinárias contra os danos da toxicodependência, em defesa da vacinação e no aconselhamento em saúde e medicamento», declarou Marta Temido. «Podem contar connosco», concluiu.

«Existe evidência da mais-valia do alargamento da intervenção das farmácias. Se existe consenso, tem de se passar das palavras aos actos», apelou o presidente da Assembleia Geral, na cerimónia de posse dos órgãos sociais eleitos no dia 28 de Março. João Silveira lembrou que as farmácias «têm contribuído para a coesão social e territorial entre o Interior e o litoral, e no combate às desigualdades entre as zonas urbanas e suburbanas».


João Silveira agradeceu a Paulo Cleto Duarte a «transição geracional» na ANF com «inteligência, sabedoria e seriedade»

O presidente da Assembleia Geral elogiou a forma como a ANF ultrapassou o desafio da mudança geracional. «Nos últimos oito anos, atravessámos o período mais difícil e complexo do Portugal democrático. Sob a batuta de Paulo Cleto Duarte, os destinos das farmácias têm sido conduzidos com inteligência, sabedoria e uma postura muito séria», elogiou João Silveira. O histórico dirigente valorizou o facto do sucessor de João Cordeiro «não se ter ficado pela resistência às adversidades, mas sobre elas ter criado oportunidades, inovar e modernizar, com as farmácias, pelas farmácias e para os portugueses».