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5 maio 2022
Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Falta de ar ou asma?

​​​​Se sente que não respira bem, procure apoio para conseguir o controlo total da doença.​

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A asma brônquica é uma doença respiratória com duas causas de origem: genética e ambiental.

Em Portugal, estima-se que existam entre 600.000 e um milhão de pessoas com asma, metade das quais não terão a doença diagnosticada ou adequadamente controlada. A asma brônquica é a principal causa de internamento de crianças por doença respiratória crónica, e todos os anos provoca cerca de 150 óbitos.

Sendo uma doença subdiagnosticada e subtratada, este artigo destina-se a todos os que são asmáticos e não o sabem, ou então sabem-no e não fazem o que deviam.

São duas posições erradas e perigosas que importa corrigir, sobretudo por dois motivos: o primeiro é nunca sabermos se o próximo acesso de asma vai obrigar a recorrer a cuidados hospitalares ou mesmo a cuidados intensivos. O segundo motivo é que, nos dias de hoje, na grande maioria dos casos, a asma é uma doença totalmente controlável. Vale a pena investir em duas importantes componentes: no diagnóstico e no tratamento.

A asma, na sua expressão clássica, é uma doença que se manifesta por acessos espontâneos de dificuldade respiratória com pieira (respiração sibilante). Muitas vezes, o nexo de causalidade entre essas crises e o contacto com um determinado alergénio é nítido, como: um contacto direto com um animal, uma habitação com elevadas concentrações de bolores ou pó, ou então um passeio por um jardim num dia ventoso de primavera (pólenes). Muitas vezes essas crises são noturnas, refletindo um inadequado nível de higiene da cama.

Nem sempre a situação é tão nítida. Muitas vezes as queixas limitam-se a um simples desconforto respiratório ou a tosse persistente perante as situações acima indicadas. Outras vezes acontece no decurso de uma vulgar infeção respiratória (como uma constipação), ou durante um esforço que exija maior disponibilidade respiratória (aqui fala-se de asma induzida pelo exercício).

É nestas situações que o diagnóstico é determinante. Caso seja positivo, são desencadeadas ações preventivas para impedir o eclodir da doença. Fazer o diagnóstico de asma é, nos dias de hoje, muito fácil, basta analisar a função respiratória.

Quanto ao tratamento, há quatro ferramentas de intervenção:
  • Cumprimento de medidas de prevenção, ensinadas a todas as pessoas doentes;
  • Tratamento medicamentoso, geralmente administrado por via inalatória, cuja técnica é ensinada. O objetivo é melhorar a respiração e diminuir a inflamação dos brônquios;
  • Vacinas antialérgicas, desenhadas de acordo com a alergia de cada pessoa e que visam reduzir o nível dessa alergia;
  • Agentes biológicos, medicamentos recentes destinados ao tratamento da asma grave. 

Todas estas ferramentas pretendem o controlo da doença respiratória e trazer à pessoa com asma maior qualidade de vida no seu dia a dia. Atualmente, muitas pessoas com asma têm a doença sob controlo total. É este o objetivo para todos.

Por tudo isto, deixo dois conselhos: se sente que não respira bem, vá à procura de apoio para esclarecer a situação; se já tem asma brônquica diagnosticada, não se esqueça de que o controlo total da doença é possível. Viva a sua vida com qualidade.
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