Um é impulsivo, vive com a “cabeça no ar” e «cria mal-entendidos com facilidade». A outra é emotiva e vive «no mundo das flores e dos gatinhos que brincam com as flores», mas é melhor fugir quando se irrita. Ambos gostam de crianças, de cantar e tocar instrumentos musicais. E gostam muito um do outro. Senhoras e senhores, apresentamos o Dr. Félix Férias e a Dra. Aurora Bem-Vinda, a dupla de Doutores Palhaços que visita crianças hospitalizadas, para lhes levar alegria.
Andreas Piper e Filipa Mendes são as pessoas por detrás dos palhaços. Ambos partiram de uma paixão comum, o teatro, até ao dia em que a vida os pôs em contacto com a metodologia de clown. «O clown implica uma interacção com as pessoas, foi isso que me apaixonou», explica Filipa Mendes. Em Barcelona teve o primeiro contacto com este tipo de representação, quando estudava teatro físico, um conceito em que o eixo central é a fisicidade do artista. Mais tarde soube do trabalho que os palhaços fazem nos hospitais e não hesitou em fazer audições para a Operação Nariz Vermelho (ONV) em Portugal. «Era uma óptima possibilidade de voltar para o meu país, e de fazer isto na minha língua e com a minha cultura».
O alemão Andreas Piper começou por apaixonar-se por Portugal, quando conheceu Coimbra, no âmbito do programa Erasmus. Trocou o curso de teatro, televisão e novos media na Alemanha pelo Chapitô – Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo. Começou a trabalhar como palhaço em 1995, numa época em que profissões como animador e malabarista eram pouco comuns em Portugal. Participou em espectáculos de rua, animações de festas e galas, até que em 2003 foi convidado para integrar a ONV. «Resolvi ser palhaço quando decidi fazer das minhas fraquezas uma profissão e mostrar ao mundo: “Que idiota tu és!”», conta a rir.