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4 agosto 2022
Texto de Joana Correia (nutricionista) Texto de Joana Correia (nutricionista)

Dieta cetogénica

​​​Saiba as vantagens e os riscos de um dos planos alimentares mais populares.​

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Esta dieta começou por ser desenvolvida para ajudar no controlo da epilepsia. Por curiosidade, refira-se que existem referências na Bíblia a esta dieta: durante os períodos de jejum por motivos religiosos, algumas pessoas que sofriam de epilepsia manifestavam melhorias na sintomatologia da doença. Por este motivo, a dieta cetogénica passou a ser indicada na década de 20 do século XX, para ajudar a controlar as crises convulsivas nestas pessoas. 

Atualmente, tem vindo a ser estudada a possibilidade de se aplicar este tipo de dieta noutras patologias, como a diabetes tipo 2 e a obesidade. 

O que é a dieta cetogénica? É uma dieta que promove a cetose, que acontece quando a gordura no organismo é metabolizada pelo fígado, transformada em ácidos gordos e corpos cetónicos, estes últimos usados como fonte de energia. O consumo de alimentos ricos em hidratos de carbono aumenta a produção de insulina, hormona que permite a entrada de “açúcar” na célula e converte o excesso de “açúcar” em gordura. Quando diminuímos a ingestão de hidratos de carbono, a libertação de insulina diminui e o corpo recorre às reservas de gordura para as utilizar como fonte energética, daí a perda de peso associada a esta dieta.
Para que o corpo entre em cetose, é necessário reduzir o consumo de hidratos de carbono ao máximo diário de 50 g, sendo necessário eliminar as principais fontes alimentares de hidratos de carbono.
O aporte de lípidos deve ser superior a 60% das necessidades energéticas diárias e o consumo de proteína deve ser moderado, pois o consumo excessivo pode impedir a formação de corpos cetónicos, isto porque muitos dos aminoácidos, quando consumidos em excesso, podem ser convertidos em glicose (açúcar).

Alimentos permitidos:
  • Carne, peixe, ovos (fontes proteicas): o consumo deve ser ajustado de forma a não quebrar o processo de cetose.
  • Vegetais com baixo teor de hidratos de carbono: alface, rúcula, agrião, espinafres, pepino, brócolos, couve-flor, espargos, couves, pimento.
  • Frutas com baixo teor de hidratos de carbono: frutos vermelhos, coco, abacate.
  • Sementes de linhaça, sésamo, chia.
  • Frutos oleaginosos: amêndoas, nozes, avelãs.
  • Lacticínios: queijos (gordos), iogurte grego, natas.
  • Óleos: azeite, óleo de coco, óleo de abacate, óleo de sésamo.

Alimentos não permitidos: pão, cereais (mesmo os integrais), arroz, massa, batata, leguminosas, determinados legumes e quase todas as frutas. 

Riscos associados: podem ocorrer sintomas que resultam da adaptação do organismo à dieta, designadamente dores de cabeça, fadiga, tonturas ou náuseas a nível intestinal. Como há uma redução da ingestão de fibra, aumenta a predisposição para obstipação. A longo prazo podem surgir doenças hepáticas, renais (pedras nos rins) e carências nutricionais, nomeadamente de vitaminas e minerais.

Neste tipo de regime alimentar é recomendado o acompanhamento por um nutricionista (de preferência com experiência em dieta cetogénica) e deve ser considerada a recomendação de suplementos alimentares, para colmatar eventuais carências nutricionais que possam ocorrer em virtude das restrições alimentares.
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