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29 outubro 2021
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Luís Silva Campos Fotografia de Luís Silva Campos Vídeo de André Torrinha Vídeo de André Torrinha

Deixar as crianças brincar

​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​É importante não sobrecarregar os filhos com terapias.

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O mundo «desmoronou-se» quando os pais de Susana Pinto souberam que a filha de três meses sofria de paralisia cerebral. Depois da correria aos médicos da especialidade na esperança de reverter a situação, seguiu-se o esforço hercúleo para que a menina pudesse ter uma qualidade de vida melhor. Anos de terapias e medicinas alternativas na expectativa de que Susana pudesse andar. Não chegou a acontecer.

Olhando para trás, Susana Pinto compreende a enormidade do desafio que os pais tiveram de enfrentar. «Estavam na casa dos 20 anos, ainda a conhecer-se como casal, e tiveram de lidar comigo». Fizeram o que quase todos os pais em circunstâncias similares fazem: tudo o que está ao seu alcance. No entanto, a preocupação «quase obsessiva» dos pais para que os filhos consigam ultrapassar as suas limitações tem custos elevados, alerta Susana. A ansiedade e sentimento de culpa dos pais passa para as crianças, que acabam por sentir-se também elas culpadas, as brincadeiras deixam de ser inocentes para transformar-se em actividades lúdicas para promover o desenvolvimento, o tempo para «ser criança» esvai-se em horas e horas de terapias. 

«A certa altura é preciso aceitar, deixar de perseguir um padrão que é cultural e diminuir a pressão colocada em cima das crianças. Elas são felizes assim. É possível ser feliz numa cadeira de rodas», garante. Susana Pinto apela aos pais para que aceitem que «não têm culpa» e brinquem com os filhos espontaneamente. «O importante é sentir a pessoa, a felicidade daquela criança, porque o crescimento emocional da criança depende dessa relação natural entre pais e filhos». 

 

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