«Não vou dizer que sou 100% saudável, tenho muitas dores. Há dores que consigo controlar com medicação e há outras que são diárias. Vivo com elas, aceito-as». É assim que uma das mulheres inquiridas no estudo da Médis "Saúde dos Portugueses, um BI em Nome Próprio 2024", no âmbito do “Projeto Saúdes”, descreve o seu estado de saúde e bem-estar.
O estudo foi apresentado no dia 27 de março, na Conferência “Saúde das Mulheres, um potencial a alcançar”, em Lisboa, na qual participou a farmacêutica e representante da Associação Nacional das Farmácias, Diana Amaral.
O estudo revela que, apesar de terem uma esperança média de vida acrescida e serem mais vigilantes, as mulheres têm maior prevalência de doença física e mental.
Do resultado do inquérito conclui-se que as mulheres sofrem mais do que os homens em diferentes fases do ciclo de vida:
- 53% das mulheres tem pelo menos uma doença clinicamente diagnosticada, contra 50% dos homens;
- 21% das mulheres vive com mais de duas doenças, já os homens nessas condições são 11%;
- 16% das mulheres foi diagnosticada com doença mental, mas apenas 6% dos homens se encontram nessa situação;
- 33% das mulheres sofre de dor crónica, muitas vezes sem diagnóstico, que desce para 19% nos homens.
Existem quatros grandes bolsas de mal-estar assumidas como naturais e minimizadas por falta de informação ou de consciência. São elas a menstruação, a gravidez, a menopausa e a relação com o corpo.
O caminho para inverter este cenário passa exatamente por aqui: maior conhecimento e consciencialização de que se pode mudar o rumo e ambicionar um novo paradigma. Para tal, sugerem os autores do estudo, é preciso desenvolver forças propulsoras para a mudança, como a consciência social, a tecnologia na saúde feminina, os produtos e conteúdos orientados para as mulheres, e iniciativas de marcas a partir de bases de dados de grande escala.
FICHA TÉCNICA
Amostra total: 960 indivíduos [707 mulheres e 253 homens].
Trabalho de campo: realizado entre os dias 20 de maio e 15 de junho de 2022.
Universo: Mulheres residentes em Portugal continental, com idade entre os 20 e os 74 anos; homens residentes em Portugal continental, entre os 40 e os 74 .
Metodologia: 587 mulheres e 203 homens entrevistados online, junto do Painel de Questionários Online Ipsos APEME, a que foram acrescentados 120 mulheres e 50 homens entrevistados telefonicamente para chegar a targets mais velhos e/ou com menos habilitações.
Autoria: Return On Ideas, Joana Barbosa, Clara Cardoso
Coordenação: Joana Barbosa, Rui Dias Alves
Consultoria científica: Miguel Oliveira da Silva