Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
31 outubro 2019
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo Vídeo de Vasco Rocha e Alexandre Vieira (drone) Vídeo de Vasco Rocha e Alexandre Vieira (drone)

Brejoeira, um palácio à espera do rei

​​​​​​​​O quarto do rei está preparado para acolher uma visita real, que nunca chegou a acontecer.

Tags

Seis quilómetros a sul de Monção, numa quinta com 30 hectares de vinha, bosque e jardins, encontramos o Palácio da Brejoeira, de estilo neoclássico. Começou a ser construído em 1906 pela mão de um monçanense, Luís Pereira Velho de Moscoso, que, à ambição juntou as boas relações com a Corte e a fortuna da família da esposa, oriunda de negócios no Brasil. Dois reis receberam convite para lá pernoitar. D. João VI, que autorizou a construção de tão imponente edifício, e D. Manuel II, último rei de Portugal, convidado pelo seu conselheiro, Pedro Maria da Fonseca Araújo, que em 1901 se tornou o segundo proprietário do palácio. Não chegou a acontecer. Da família real apenas lá dormiu Afonso de Bragança, o irmão mais novo de D. Carlos I. 

Ao longo de 200 anos, o Palácio da Brejoeira alojou três famílias. Cada uma deixou uma herança,  que ainda hoje perdura. O filho do proprietário original, Simão Velho de Moscoso, deu ao palácio a aura de luxo que à época o notabilizou. «Neste palácio cantava-se e dançava-se até altas horas da noite», conta Cláudia Fernandes, relações públicas do Palácio da Brejoeira. Quem ali chegava era convidado a permanecer, sem data para partir. 

Já no início do século XX, Pedro Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, comprou o palácio em hasta pública, depois de 20 anos de abandono. Criou o grande jardim frontal, que passou a ligar o palácio à estrada nacional, entretanto construída. Fez grandes obras de restauro no bosque, criando uma ilha, baptizada Ilha dos Amores, e grutas artificiais. É também da autoria do comerciante portuense o Jardim de Inverno, no cimo da enorme escadaria de granito, onde se destaca o busto de D. Manuel II. A mais original herança de Pedro Araújo é o teatro, uma reprodução em miniatura de um teatro profissional, com capacidade para 50 pessoas. Foi inaugurado em 1913, por ocasião de dois eventos familiares, as bodas de prata e o casamento de um dos dois filhos, Eugénio.

A presença da terceira proprietária, a lisboeta Hermínia d’Oliveira Paes, continua viva nos quadros que homenageiam a beleza juvenil e nas fotografias que retratam a matriarca nonagenária. Em 1937 recebeu o palácio de seu pai, como prenda de maioridade, e fez dele o seu lar nos últimos 50 anos de vida. Deixou a maior das heranças, com a introdução da casta Alvarinho. As primeiras cepas foram plantadas em 1964, hoje são 18 os hectares do vinho que dez anos mais tarde ganhou nome de marca. O Alvarinho Palácio da Brejoeira tornou famoso o palácio.

Para conhecer mais desta história, peça a #RevistaSaúda deste mês na sua farmácia.​

 

Notícias relacionadas