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30 junho 2023
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado

Benefícios colaterais

​Estudo de impacto social do Programa Abem revela poupança de 15 milhões de euros ao Estado.
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​Durante os primeiros cinco anos de existência, ao tornar possível às pessoas carenciadas o cumprimento da sua medicação, o Abem: Rede Solidária do Medicamento, permitiu ao Estado encaixar uma poupança calculada em mais de 15 milhões de euros. Um valor que só tem em conta os episódios de urgência e internamentos diretamente evitados pelo cumprimento das terapêuticas proporcionado aos beneficiários do Programa que, até março de 2023, já apoiou mais de 32 mil pessoas.

A conclusão é retirada do estudo de Avaliação de Impacto do Programa, entre maio de 2016 e junho de 2021, divulgado em Lisboa, durante a Conferência Abem, evento que contou com o alto patrocínio do Presidente da República.

Os dados apontam ainda que seria necessário um investimento de 147 milhões de euros para o Abem alcançar os 863 mil portugueses que todos os anos deixam de comprar os medicamentos de que precisam por não os conseguirem pagar, sendo, desse modo, o potencial de poupança para o Estado superior a 600 milhões de euros, só em internamentos e episódios de urgência evitados. «Os valores de poupanças estimadas seriam certamente superiores, mas não temos dados disponíveis que nos permitam evidenciar, por exemplo, o número de baixas mé- dicas prevenidas», sublinha Maria João Toscano, diretora executiva do Programa.

A responsável explica que o estudo teve como objetivo compreender as dinâmicas e o alcance das mudanças, medir a eficiência do valor gerado e perceber de que modo o Abem contribui para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Mas, também, produzir evidência concreta para suportar a angariação de fundos, acrescentou. «A sociedade está pouco alerta para o facto de que o acesso ao medicamento é um problema, pelo que temos de colocar o tema na agenda dos portugueses».

Em termos de repercussão na vida dos beneficiários, o Programa Abem impactou a percentagem daqueles que nem sempre conseguiam comprar os medicamentos prescritos, fazendo-a cair de 61% para 5%. De igual modo, com o Abem, a percentagem de beneficiários que deixavam de pagar outras despesas para comprar a medicação indispensável ao controlo das suas doenças diminuiu de 85% para 14%. Para mais de metade dos beneficiários, o fator a que atribuem maior relevância no Abem é o acesso anónimo e digno aos medicamentos.


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