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5 maio 2018
Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Alergias de estimação

​​​​​​Escolha o animal certo para si.

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No nosso país, em mais de metade dos lares existe, pelo menos, um animal de companhia. São mais de seis milhões, o que torna Portugal num país amigo dos animais.

Ter um animal de estimação tem vantagens ao nível da auto-estima, autodisciplina, responsabilidade, comunicação e, sobretudo, relação afectiva. Mas nos doentes alérgicos estas vantagens podem ter como contrapartida a doença. Para um doente alérgico aos pêlos dos animais (cão, gato, cobaio, hamster, coelho ou pássaro) o risco de coabitação é enorme. Crises de inflamação da pele, dos olhos, nariz, faringe e de todo o restante aparelho respiratório (laringe, traqueia e brônquios), são a regra, gerando muito incómodo que, por vezes, pode ser grave e obrigar a recorrer ao hospital com, por exemplo, crises de asma brônquica. E não se pense que o problema reside, apenas, na caspa ou nos pêlos dos animais. Há proteínas nas glândulas sebáceas, na saliva e na urina, determinantes da doença alérgica.

É também na pelagem que se multiplicam os ácaros do pó da casa, desencadeando dois tipos de alergia. 

O que fazer? É consensual que os doentes alérgicos não devem coabitar com os animais aos quais são alérgicos. Após a comprovação diagnóstica – através de análises ao sangue e testes cutâneos – o animal deve ser afastado e muitas vezes o problema não se resolve de imediato. Por exemplo, relativamente ao gato, considerado o animal mais alergizante, 20 semanas após a saída do animal da habitação, e mesmo após uma limpeza rigorosa, as proteínas alergizantes permanecem no meio ambiente, sendo possível encontrá-las no colchão até cinco anos após o afastamento.

Para quem recuse tal solução, a higienização permanente do animal, a interdição do acesso à parte íntima da casa, uma boa ventilação da habitação, higienização permanente e uma aspiração eficaz (com um aspirador de elevada eficiência), são medidas alternativas que minimizam o problema. 

Também não esquecer de retirar da habitação equipamentos que contenham epitélios desses animais, tais como tapetes ou cobertores de lã, edredões e almofadas de penas.

Um doente alérgico não deve ter animais de pêlo ou aves dentro da sua casa. Se houver muita vontade em tê-los ou se houver necessidade de promover a ligação afectiva do doente a um animal, os cágados, as tartarugas ou os peixes podem ser alternativas válidas e não prejudiciais à saúde. E um aquário pode ser de uma beleza deslumbrante.
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