A Rita «não gosta muito» que as pessoas saibam que nasceu prematura. «Talvez pense que é uma coisa má, apesar de lhe dizermos que é uma heroína, por já ter passado por tanto», avalia o pai. José Sequeira admite que a menina de dez anos se possa sentir inferiorizada em relação aos colegas, alguns dos quais fazem quase dois dela. A mãe recorda que, um dia, a filha lhe perguntou: «Mãe, eu sou mais pequenina do que os outros, não sou?». Procurou descansá-la e concorda que a maior dificuldade é a estranheza que a altura da filha causa nos colegas da escola.
Depois de dois anos de acompanhamento no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, quando os médicos sugeriram o tratamento com a hormona do crescimento, os pais hesitaram. Tinham esperança de que o crescimento ocorresse de forma natural, mas acabaram por aceitar que «tinha de ser». O tratamento consiste na administração diária, à noite, de uma injecção semelhante à dos diabéticos, em diferentes partes do corpo, alternadamente. De três em três meses, a menina tem consulta no hospital pediátrico e semestralmente faz um raio-X ao pulso, para medir a idade óssea, o que permite aferir o grau de maturação dos ossos.
A Rita aceita bem o tratamento. «Já está habituada, nunca se esquece da injecção e até sabe melhor do que eu o sítio onde deve ser dada», conta a mãe. A criança acha o tratamento «mais ou menos chato» e diz que «dói um bocadinho», mas está contente, pois sabe que vai ajudá-la a crescer. «Assim há mais amigos para ir comigo», sorri.
Os pais estão gratos a todos os técnicos de saúde que têm apoiado a filha ao longo destes anos, em especial à equipa de neonatologia do Hospital de Faro.
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