Saiu do Governo em Outubro de 2018 e diz que durante seis meses ganhou qualidade de vida. Mas foi uma paragem de pouco tempo. «Ganhei qualidade de vida antes de entrar para este conselho de administração, seguramente». Depois disso, o ritmo de muitas horas de trabalho e a exigência do desafio elevou-se. Confessa que gostava de conquistar tempo para correr, actividade que lhe dá muito prazer e, como médico, sabe a diferença do desporto na saúde geral, a par de uma boa alimentação. «Dá-nos energia e capacidade. Porque isto não é uma corrida de 100 metros, isto é uma maratona e precisamos de ter energia ao longo do tempo para enfrentar os projectos».
Mesmo sabendo isso, Fernando Araújo começa a trabalhar às 07h30 da manhã e sai depois das 20h00. Garante que tem mesmo de ser assim, para responder a necessidades que não podem esperar. «Os blocos cirúrgicos começam a trabalhar às oito. De manhã, é muito importante estar no hospital junto das pessoas». Reserva a tarde para as questões administrativas.
Ter tempo livre não é de momento uma prioridade, por sentir que o hospital precisa dele. Apesar de reconhecer que trabalhar para o hospital é um «enorme esforço, um sacrifício enorme, do ponto de vista pessoal, familiar e até financeiro», não disfarça o orgulho em estar à frente de um dos grandes hospitais do país. «A vantagem é que também não quero cá ficar para sempre. Estes lugares têm limite de anos», afirma. Acredita na renovação e espera fazer outras coisas na vida no futuro. Diz que o Hospital é a sua segunda casa. Foi aqui que se licenciou, doutorou e fez a especialização. Por isso quer deixá-lo melhor do que o encontrou. É no São João que vai continuar a trabalhar quando sair do conselho de administração e o maior sonho é «que estivesse melhor para os doentes e para os profissionais».
