O pai pediu dinheiro emprestado para o poder colocar numa das melhores escolas de hotelaria na Suíça. A gestão hoteleira era o destino que havia traçado para o jovem Carlos, que cumpriu a missão na perfeição.
«Durante anos, geri a casa de fados dos meus pais e falava com todo o tipo de clientes, independentemente do lugar de onde viessem. Também ensinava os empregados a falarem alguns idiomas», lembra o fadista, orgulhoso pela qualidade do ensino que recebeu. Admite que esta é uma carreira que podia facilmente ter mantido durante toda a vida. «Era o que o meu pai queria».
No entanto, o pai morreu muito novo, não chegou a ver o filho fazer-se artista. «Conhecendo a sua sensibilidade, penso que era capaz de não desaprovar. Mas podia apontar: “Então andei a gastar este dinheiro todo para tu agora cantares fado?”», confessa, rindo, Carlos do Carmo.
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