Se um desconhecido lhe pedisse um conselho de vida, a recomendação de Cláudia Costa seria que fizesse uma busca interior pela sua verdadeira personalidade. O mais importante, garante, é uma pessoa «conhecer-se e respeitar as suas necessidades».
Só com o autoconhecimento, quando sabemos quem somos, do que gostamos e não gostamos, quando percebemos porque insistimos nos comportamentos que não nos preenchem, é que temos as ferramentas necessárias para tomar as decisões que mudam o rumo da nossa vida. «É a partir daqui que nós começamos a enveredar e a tomar o nosso caminho» acredita a fisioterapeuta, que está longe de ser apologista de um processo egoísta e apenas centrado no ‘eu’. Pelo contrário, é preciso respeitar os outros, aceitar o seu «lugar e a liberdade» – mas sem perder de vista as nossas próprias necessidades.
«Todos sabemos perfeitamente», adianta, que quando uma pessoa está bem, o seu estado de espírito é percebido por quem a rodeia, tal como a sua disponibilidade para os outros e para os apoiar. Pelo contrário, «se eu não estou bem, isso não vai acontecer» porque «o culpado já é o outro. Às vezes o culpado é o trânsito. Será que é o trânsito ou sou eu que não estou muito bem?», questiona.
Criar as condições para podermos conhecer-nos é igualmente importante. Cláudia Costa coloca a respiração como primeiro requisito. «Precisamos de tranquilizar a nossa respiração», refere, «respiramos de forma muito rápida e muito cá em cima, mais a nível do peito e menos a nível abdominal». É quando se respira com o diafragma (respiração abdominal ou “com a barriga”), tal como fazemos quando somos bebés e crianças, que «começamos a diminuir toda esta hiperatividade que hoje em dia temos a nível cerebral». Com a mente apaziguada, conseguimos escutar-nos. «Se a mente está aqui sempre a trabalhar, nós não conseguimos saber: é para a direita ou para a esquerda? A respiração é a base».