Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
30 junho 2023
Texto de Maria Jorge Costa Texto de Maria Jorge Costa Fotografia de Mário Pereira | Miguel Ribeiro Fernandes | Pedro Loureiro Fotografia de Mário Pereira | Miguel Ribeiro Fernandes | Pedro Loureiro

«A falta de médicos leva as pessoas ou à farmácia ou às urgências»

​​​​​​​​​Dominique Jordan, Presidente da Federação Internacional Farmacêutica (FIP).​

Tags
Dominique Jordan está convencido de que o século XXI será dos farmacêuticos. «Assistimos hoje, em vários países, à falta de médicos, e temos os doentes nas nossas farmácias a pedir ajuda. Se não pudermos estender os nossos serviços, não seremos capazes de dar resposta a estas pessoas, que seguirão, naturalmente, para as urgências dos hospitais, onde os cuidados são muito dispendiosos». Por isso, defende: «As farmácias não só se poderão tornar mais rentáveis, como estarão a poupar muito dinheiro aos sistemas de Saúde». Esta é uma realidade internacional, diz, pelo que o objetivo é comum a todas as organizações pro- fissionais: «Expandir e desenvolver a Farmácia Comunitária em benefício das pessoas». O caminho? A aquisição de novas valências, a prestação de novos serviços e a manutenção do que já é entregue com elevadíssima qualidade. «Se o caminho não for este, as pessoas com doença serão as mais prejudicadas».


«EMPATIA E COMPAIXÃO SÃO PARTES MUITO IMPORTANTES DA PROFISSÃO»​
Dominique Jordan fala sobre a intervenção da FIP e dos farmacêuticos comunitários na crise provocada pelo sismo na Turquia e na Síria.

Que papel podem os farmacêuticos comunitários desempenhar em situações de catástrofe natural, como as vividas, em março passado, na Turquia e na Síria?
Nas situações de crise, é importante que nós, farmacêuticos, sejamos ativos na ajuda à população. Estamos no coração das comunidades, somos uma profissão de confiança, e as pessoas estão habituadas à presença das farmácias e a frequentá-las. Muitas vezes ouvimos dos nossos utentes “vocês têm tempo para nós, podemos falar com vocês”. A empatia e compaixão são parte muito importante de ser farmacêutico. Tanto mais numa situação de calamidade, como a que aconteceu na Turquia e na Síria, em que se per- de tudo. Encontrar na farmácia alguém que ouve, que conforta, que encoraja e apoia… Devemos sempre lembrar-nos de que se as pessoas vêm à farmácia pedir apoio é porque esperam que esse apoio lhes seja dado.
 
E a FIP, que missão assume nestas circunstâncias? 
O papel da FIP neste tipo de ocorrências é o de coordenar com as organizações locais a ajuda que possa ser prestada mediante as necessidades apontadas. Esta coordenação é fundamental, porque, naturalmente, toda a gente quer ajudar. Neste caso específico, to- das as associações do mundo se mostraram disponíveis para prestar apoio e houve, inclusive, farmacêuticos japoneses e de outras nacionalidades, mais treinados neste tipo de cenário, a irem ao terreno. Posso dizer que falámos duas vezes com o presidente da associação nacional turca para esse levantamento e a primeira medida que tomámos na FIP foi a de prestar ajuda financeira, através da nossa fundação. A segunda passou pela partilha rápida de procedimentos vários, como são exemplo as guidelines para a organização de uma distribuição de medicamentos, entre outras situações. A terceira passa por estarmos sempre preparados e termos a flexibilidade necessária para dialogar e prestar auxílio nos campos em que necessitem.