Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
3 março 2022
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de André Torrinha Vídeo de André Torrinha

A doença das mil caras

​​​​​​​Aprender a viver com esclerose múltipla passa por saber gerir a incerteza. ​

Tags


A bailarina Cris Aysel descobriu ser portadora de Esclerose Múltipla (EM) em 2010. Tinha 33 anos e o perfil típico desta doença inflamatória e degenerativa que incide sobre o sistema nervoso central. A EM afeta sobretudo mulheres e surge normalmente entre os 20 e os 40 anos. Estima-se que, em Portugal, abranja cerca de 60 em cada 100.000 habitantes. 

Ao longo destes anos, Cris aprendeu muito sobre a «doença das mil caras», como é conhecida. «A variedade de sintomas é tão diversa que eu posso ter um sintoma e outra pessoa outros totalmente diferentes». Há ainda vários tipos de EM. O de Cris denomina-se “surto remissão” e carateriza-se por uma fase exacerbada de sintomas, seguida da sua remissão total ou quase total, na sequência da medicação com cortisona. Cris já sabe ler os sinais e aprendeu «a não entrar em pânico, ficar alerta e esperar». Para que seja considerado um surto é preciso que os sintomas durem 24 a 48 horas. 

Na “primária progressiva”, outro tipo de EM, a pessoa perde progressivamente funções, na sequência do surto, a uma velocidade que é muito variável, por vezes anos. Quando a doença deixa de funcionar por surtos remissão e começa a progredir, estamos perante outro tipo de EM, a “secundária progressiva”. «O grande medo para quem começa com surtos remissão é que um dia entre na fase de progressão da doença. Pode não acontecer, mas a probabilidade aumenta com o tempo», explica a bailarina. 

A evolução da doença é sempre uma incerteza e essa é talvez a maior dificuldade que enfrenta um portador de EM. Se tem uma falha de memória, Cris questiona-se: «É a doença, a idade, a pandemia?». Na ausência de resposta, a solução é viver um dia de cada vez. Cris Aysel mantém um estilo de vida saudável, a dança ajuda-a a exercitar o corpo e a mente. Evita situações de muito trabalho, cansaço, tensão emocional e até mudanças de temperatura, porque reavivam os sintomas. Até agora, a doença nunca a impediu de levar uma vida “normal” e até lhe ensinou a usufruir ao máximo de tudo o que a vida lhe pode oferecer. 


 


Notícias relacionadas