A 1 de outubro, o Dia Internacional do Idoso foi celebrado no Museu da Farmácia com a inauguração da exposição “A Arte de Envelhecer – Dar Mais Vida aos Anos”, uma mostra do trabalho fotográfico de Sandra Ventura, que conta a história de idosos institucionalizados e reflete a efemeridade da vida.
Para João Neto, diretor do Museu da Farmácia, «cada uma das fotografias desta exposição conta uma história».
«Cada ruga, cada sorriso é uma história de vida e são estas as histórias que contamos também neste museu», disse.
A inauguração ficou, ainda, marcada por uma conferência dedicada ao envelhecimento ativo, na qual Ema Paulino, presidente da direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF) abordou a importância das farmácias na promoção de melhores cuidados de saúde e também do envelhecimento ativo e saudável.
«A farmácia tem de ser ponto de promoção da longevidade e tem esta responsabilidade. Existem inúmeras oportunidades de intervenção tendo em conta a capilaridade das farmácias, que prestam um serviço especializado, com profissionais de saúde capacitados e disponíveis para a população em várias fases da jornada de saúde», sublinhou.
A conferência contou, ainda, com a presença de Nuno Marques, coordenador nacional do Plano de Ação do Envelhecimento Ativo e Saudável, que recordou a importância de preparar com antecedência o caminho para um envelhecimento ativo: «Tudo o que fazemos ao longo da nossa vida vai ter impacto na nossa qualidade de vida acima dos 65 anos».
O responsável falou, também, sobre a problemática dos doentes crónicos muitas vezes polimedicados, que tomam vários medicamentos em simultâneo, lembrando que uma das medidas inscritas no Plano de Ação Envelhecimento Ativo e Saudável é exatamente a implementação de um programa nacional de apoio à gestão da medicação das pessoas mais vulneráveis, com o envolvimento das farmácias comunitárias.
Já Manuel Carrageta, presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, sublinhou «a importância da vacinação», um tema muito atual em plena campanha de vacinação sazonal, destacando a importância das farmácias no apoio em proximidade ao doente e ainda no combate à solidão, especialmente aos mais velhos.
Paula Dinis, vice-presidente da direção da ANF, enfatizou a capilaridade das farmácias, com mais de 7 mil profissionais capacitados por todo o país, e o papel que podem ter na promoção de saúde e referenciação de doentes: «As farmácias devem ser reconhecidas como referenciadoras, em cooperação com entidades como as autarquias e as IPSS, e podem fazer parte desta rede, apoiando e melhorando o acompanhamento em proximidade».
A sessão terminou com a intervenção de Rita Sá Machado, diretora-geral da Saúde, que considerou a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), promovida pela OMS, como um marco: «Esta iniciativa colocou todos os Estados a pensar sobre a forma como olhamos para o envelhecimento».
«Existem determinantes de saúde que são fundamentais: uma alimentação saudável, a atividade física, a redução do álcool e do tabagismo. Contudo, sabemos que a saúde é impactada pela nossa condição de vida, pelo rendimento, entre outros, e também por isso precisamos de trazer a saúde para todas as políticas», acrescentou.