A mãe, que vive no Brasil, viajou para Portugal no primeiro avião. O pai e o marido não saíram do seu lado. E, nos priores momentos, foram eles que «aguentaram o mau humor, a revolta e o desespero». «A família foi fundamental para a minha cura», remata, assim, Rita Torres, a quem foi diagnosticado um cancro da mama com apenas 32 anos.
Entretanto, passaram-se dez anos sem «o bicho». Rita voltou a ser mãe e a sorrir, mas não esquece o apoio que teve. «A minha terapia foi a minha família e os meus amigos». Que, «pela frente estavam sempre bem-dispostos, mas por trás estavam tristíssimos».
«Ultrapassar o cancro não é fácil. E aos 32 anos muito menos. Pensamos que isto é uma doença das senhoras com mais idade, não de quem tem 32 anos. Isso revolta, revolta um pouco! E se alguém tenta ajudar, pensamos: “sabes lá tu, não és tu quem está a passar por isto”. Normalmente, quem leva com o nosso mau humor é a família mais próxima», confessa Rita Torres.