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8 outubro 2017
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Visita à casa de um médico

​​​​​À descoberta da arte herdada pelos hospitais de Coimbra.

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​Move-se pelos corredores do hospital com a familiaridade de um anfitrião. Afinal, passou aqui grande parte dos seus 57 anos. Em 1982, os então Hospitais da Universidade de Coimbra tornavam realidade os anseios do jovem José Martins Nunes de ser anestesiologista. 

«Fiz questão de virmos aqui porque eu sempre quis ser médico, desde muito jovem… e encontrei em Coimbra a possibilidade de sê-lo. É um local muito querido para mim», confidencia, enquanto nos encaminha para a Capela de Nossa Senhora da Saúde. «As pessoas com quem convivemos no dia-a-dia e os doentes são a nossa família. O tempo passa depressa».

Vamos ver uma peça da colecção do hospital da qual José Martins Nunes gosta especialmente, uma pintura do século XVII herdada do Colégio de Jesus. «O hospital provém dos colégios jesuítas. Quando o Marquês de Pombal fez a segunda grande reforma da Saúde em Portugal, integrou os hospitais na universidade e deu-lhes como espaço o colégio dos jesuítas».

Na capela, detém-se a olhar uma pintura de Nossa Senhora do Pópulo. «Foi uma santa adorada pelos jesuítas. Esta pintura exprime todos os sentimentos dos jesuítas», elucida o guia.

Outra pintura que admira, também do século XVII, representa São Jerónimo e está exposta no centro de congressos. «É o padroeiro do hospital», conta José Martins Nunes, acrescentando que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra mantém a memória da época em que esteve integrado no Colégio de Jesus. «O hospital é o herdeiro desse espólio. Tem, por exemplo, a tábua que o Padre António Vieira utilizava». 

Continuamos para outra entrada e descobrimos um busto do “pai” do SNS, António Arnaut. Vê-lo é um imperativo: «Se daqui a 100 anos os cidadãos e estudantes de Medicina quiserem saber onde começou o Serviço Nacional de Saúde, vêm a este lugar. Começou em Coimbra, com António Arnaut, mas também com o espírito de grande solidariedade e justiça social que se vive e respira nesta cidade».

 

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