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2 outubro 2025
Texto de Jaime Pina | Médico pneumologista e imunoalergologista, Fundação Portuguesa do Pulmão Texto de Jaime Pina | Médico pneumologista e imunoalergologista, Fundação Portuguesa do Pulmão

Vacinação nos idosos

Proteja-se contra as infeções respiratórias.

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Estamos muito formatados para pensarmos em crianças sempre que falamos em vacinação. Talvez porque temos um dos melhores programas de vacinação do mundo, construído sobretudo a pensar nas nossas crianças. Acontece que o vento está a mudar. Crianças, sim, mas não só!

Com o aumento da idade, o sistema imunitário tende a enfraquecer, tornando os idosos mais vulneráveis a doenças infeciosas. Por isso, a vacinação na terceira idade é uma medida preventiva fundamental para garantir a saúde, a qualidade de vida e maior longevidade. Com base nas novas orientações científicas, diversas vacinas são recomendadas para todos aqueles que têm mais de 60 anos.

Todas elas protegem contra doenças infeciosas que, nos idosos, podem decorrer com maior gravidade. Estamos a falar da gripe, da COVID-19, das pneumonias e das infeções pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Todas estas infeções estão associadas a maior mortalidade nos mais idosos, nos que têm doenças crónicas e naqueles que, por diversos motivos, têm défices na sua imunidade.

No início do outono começa a campanha de vacinação contra a gripe e a COVID-19. Ambas as vacinas têm de ser administradas anualmente, em virtude das mutações que estes vírus sofrem. São gratuitas para quem tem mais de 60 anos e podem ser administradas na rede de farmácias.

Outra importante vacina para aqueles que têm mais de 65 anos é a vacina contra os pneumococos, a bactéria mais associada à pneumonia, que é uma das principais causas de morte dos idosos. Se esta vacinação já está incluída no Programa Nacional de Vacinação para as crianças, nos adultos, como a vacinação realizada com duas vacinas diferentes (PCV20 + PSV23) não é sazonal, pode ser feita ao longo do ano. A vacina é comparticipada e até gratuita para nove grupos de pessoas com doenças mais graves, como aqueles que têm problemas respiratórios severos. Tal como as anteriores, pode ser administrada nas farmácias mediante prescrição médica.

Por fim, terminando o lote de vacinas respiratórias, chama-se a atenção para a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por infeções respiratórias graves em idosos. O facto de não ser comparticipada pode ser um fator dissuasor à vacinação, sobretudo para aqueles que têm uma situação financeira mais frágil.

Porém, comparticipadas ou não, todos os idosos devem estar vacinados com estas quatro vacinas respiratórias.

Uma palavra final para outras duas vacinas: a do tétano, que deve continuar a ser administrada com intervalos de dez anos, e a do herpes-zoster (o cobrão ― como é chamado vulgarmente), que pode causar dor intensa e crónica, especialmente em idosos. Esta vacina, recomendada a partir dos 50-60 anos, reduz significativamente o risco de desenvolver a doença e as suas complicações, como a nevralgia pós-herpética.

Vacinar-se na terceira idade não é apenas uma forma de prevenção individual, mas também uma responsabilidade coletiva. Ao manter-se imunizado, o idoso contribui para a proteção das pessoas ao seu redor, especialmente outros indivíduos vulneráveis. As vacinas são seguras, eficazes e representam uma das formas mais inteligentes de envelhecer com saúde.

Manter o calendário vacinal em dia é um ato de autocuidado, de amor à vida e de respeito por quem está ao nosso redor.