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6 março 2025
Texto de Joana Afonso | Médica de medicina geral e familiar Texto de Joana Afonso | Médica de medicina geral e familiar

Tuberculose

​​​Apesar de ser uma doença grave, habitualmente é tratada em casa, sem necessidade de internamento.​

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A tuberculose é uma doença infecciosa de transmissão aérea através da inalação de gotículas expelidas pela pessoa com doença quando tosse, fala ou espirra. Causada pelo micro-organismo Mycobacterium tuberculosis, apesar de ser uma doença grave é, potencialmente, curável. Trata-se de um dos grandes problemas de Saúde Pública a nível mundial. Estima-se que cerca de nove milhões de pessoas sejam afetadas por ano. Em Portugal, a taxa de incidência da tuberculose continua a baixar, apesar de ser um dos países da Europa com maior incidência.
 
Existem três formas de tuberculose: a pulmonar, quando o principal órgão atingido é o pulmão; a extrapulmonar, em que são atingidas outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, as meninges, o coração, os ossos, os rins, o fígado, os intestinos e, até, a pele; e a disseminada, que atinge a circulação sanguínea, podendo afetar todo o corpo. Entre os sintomas, incluem-se: tosse persistente mais de duas a três semanas, com expetoração amarela ou esverdeada e, por vezes, com sangue; cansaço fácil; emagrecimento; perda de apetite; suores noturnos; aumento da temperatura corporal, ao final do dia. A tuberculose extrapulmonar apre- senta sintomas típicos dos órgãos afetados. Em algumas fases iniciais é uma doença que pode ser assintomática. O período de incubação, desde a infeção até ao início dos sintomas, pode ir de quatro a 12 semanas.

As crianças e os idosos são as populações com maior risco de contrair a doença, para além de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), com diabetes, com cancro, pessoas cuja medicação enfraqueça o sistema imunitário (quimioterapia, tratamentos biológicos imunossupressores ou uso prolonga- do de corticoides).

O diagnóstico é feito através da identificação laboratorial do Mycobacterium tuberculosis nos produtos orgânicos, como a expetoração. A correta identificação do agente e do perfil de resposta aos medicamentos permite a escolha correta do tratamento.

O tratamento da tuberculose passa pela administração oral (comprimidos, cápsulas e xarope), de antibióticos dispensados gratuita- mente pelos Centros de Diagnóstico Pneumológico (CDP), unidades de saúde diferenciadas na área da tuberculose, do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A duração mínima do trata- mento ronda os seis meses, mas pode chegar aos 24. Cada caso é avaliado e orientado pela equipa clínica do CDP. Em caso de dúvida, deve contactar o seu médico assistente para o devido acompanhamento. O tratamento correto, e atempado, permite a cura em cerca de 95% dos casos. Para isso, é fundamental o cumprimento rigoroso da medicação, de modo a evitar o desenvolvimento de resistências.

A maioria das situações é tratada em casa, sem necessidade de internamento, a que se recorre apenas em doença mais grave ou quando as pessoas não reúnem condições sociais ou psicológicas para evitar o contágio ou para manter o cumprimento da medicação prescrita.
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