Quase cem anos após a descoberta da penicilina, existem mais de 100 anti- bióticos disponíveis na prática clínica.
Da expetativa inicial de vitória definitiva contra as infeções, passou-se a uma grande preocupação com o desenvolvimento de bactérias resistentes à maioria ou mesmo a todos os antibióticos. São as chamadas bactérias multirresistentes ou superbactérias.
O excesso de utilização de antibióticos na indústria pecuária, a automedicação, a utilização em situações não indicadas e a utilização incorreta são as principais causas para a proliferação destas bactérias resistentes.
Apesar da solução ter várias abordagens, de que se destaca a adoção de regras muito precisas na prescrição de antibióticos, há comportamentos individuais simples para evitar o recurso a estes medicamentos:
- Tenha comportamentos de higiene que diminuam as infeções, como a lavagem frequente das mãos com água e sabão, pratique a etiqueta respiratória e cozinhe bem os alimentos;
- Use as vacinas disponíveis para evitar as infeções. As vacinas são a forma mais segura de prevenção de infeções e consequente necessidade de menos antibióticos;
- Não use antibióticos sem indicação médica. Os antibióticos não são eficazes no tratamento das viroses (resfriados e gripes). De acordo com estudos recentes, cerca de metade das pessoas ainda acredita que os antibióticos servem para tratar viroses e devem ser usados no tratamento das gripes e constipações;
- Diga não à automedicação. Nunca tome antibióticos por sua iniciativa. Os antibióticos só devem ser tomados quando forem prescritos pelo seu médico;
- Respeite a posologia que lhe foi aconselhada: tome o antibiótico às horas indicadas;
- Cumpra o prazo de tratamento que lhe foi prescrito: não pare o tratamento antes do tempo, mesmo que já se sinta melhor;
- Se sentir algum tipo de intolerância ao antibiótico, não interrompa o tratamento por sua iniciativa. Avise o médico ou o seu farmacêutico, e cumpra as indicações que lhe derem.
Com estas medidas, cada um de nós estará a dar um importante contributo para que este problema, já considerado um caso grave de Saúde Pública, não se amplie. Ninguém quer voltar à era pré-antibiótica, em que se podia morrer de uma simples amigdalite.