Visite o Museu da Farmácia e acompanhe a viagem de três décadas de luta contra a infeção de VIH/SIDA em Portugal. A exposição “A intervenção das farmácias – 30 anos do Programa de Troca de Seringas” está aberta ao público entre 6 de dezembro e 31 de janeiro, em Lisboa. A troca de seringas nas farmácias, iniciada a 1 de outubro de 1993, veio acordar o país para esta dura realidade. O primeiro caso de infeção por VIH tinha ocorrido há uma década, a estranheza e o medo da doença eram enormes, o estigma contra pessoas potencialmente expostas à doença, como os toxicodependentes, era a reação mais comum. Não foi fácil convencer as pessoas da importância de trazer às farmácias pessoas toxicodependentes para que aí pudessem aceder gratuitamente aos kits do Programa de Troca de Seringas (PTS).
É a coragem e a visão da campanha “Diz Não a Uma Seringa em Segunda Mão”, pioneira em Portugal, que vão estar em foco no Museu da Farmácia, com a apresentação ao público dos primeiros kits distribuídos, campanhas publicitárias que lutavam contra o estigma e outros elementos que contam a história desta longa viagem, como a assinatura do protocolo do PTS e respetiva reportagem feita pela RTP.
O impacto na saúde pública dos 30 anos do programa é inquestionável. Os mais de 64 milhões de seringas trocadas nestas três décadas traduziram-se numa redução drástica de novos casos de infeção por VIH e outras infeções transmitidas por via sanguínea entre os utilizadores de drogas injetáveis. Deixou de ser uma realidade, como o era nos anos 90, encontrar seringas usadas em jardins e outros locais públicos.
De parabéns estão os impulsionadores do PTS "Diz Não a Uma Seringa em Segunda Mão": a Comissão Nacional para a Luta Contra a SIDA (CNLCS), o Ministério da Saúde e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), que se fez representar no programa através de 2500 farmácias em todo o país.
Esta exposição é uma homenagem ao PTS, que provou ser possível criar em Portugal um programa de Saúde Pública de sucesso. O PTS chegou a ser eleito pela Comissão Europeia como o melhor projeto apresentado por um país europeu e contribuiu para Portugal ser visto como pioneiro no combate à infeção pelo VIH e na minimização do estigma contra as pessoas toxicodependentes.
