Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
2 março 2023
Texto de Joana Correia (nutricionista) Texto de Joana Correia (nutricionista)

Triliões de bactérias

​​​​​Microbiota intestinal, os microrganismos protetores.​

Tags
Até há pouco tempo, acreditava-se que o intestino era apenas um tubo por onde passavam os alimentos não aproveitados pelo organismo. Hoje, a ciência já comprovou que o órgão desempenha inúmeras funções para a saúde. E os responsáveis por isso são os microrganismos que ali vivem.

Tal como a impressão digital, também o conjunto de microrganismos que habitam o intestino, a que se dá o nome de microbiota intestinal, é único e individual.

A microbiota intestinal tem várias funções no organismo:
  • Proteção contra agressores patogénicos;
  • Desintoxicação, eliminar substâncias nocivas ao organismo;
  • Energética, obtida a partir da digestão dos alimentos;
  • Melhorar a absorção de minerais, como o magnésio, o cálcio e o ferro;
  • Sintetizar vitaminas essenciais, como a vitamina K e o ácido fólico;
  • Ajudar a regular o apetite e a sensação de saciedade;
  • Influenciar o humor.

A composição da microbiota intestinal pode ser influenciada por diversos fatores:
  • O tipo de parto (vaginal ou por cesariana);
  • A alimentação nos primeiros tempos de vida (amamentação, leite artificial, introdução de alimentos sólidos);
  • Medicação (em particular os antibióticos);
  • Hábitos alimentares e método de confeção dos alimentos;
  • Ambiente e estilo de vida (exercício físico, habitação em zona rural ou urbana);
  • Alterações do peso corporal.

Os alimentos têm um papel muito importante nessa equação. Aquilo que comemos não nutre apenas as pessoas, serve de alimento a triliões de microrganismos que vivem no intestino. Por isso, uma dieta diversificada é o fator de maior influência benéfica no intestino e na sua microbiota.

Estudos recentes demonstram que uma dieta rica em gordura e em açúcar produz alterações na microbiota intestinal que podem estar associadas a diabetes tipo 2, obesidade e doenças inflamatórias intestinais. Já os prebióticos, probióticos e alimentos fermentados têm sido estudados como formas de manter a microbiota saudável. Os probióticos são alimentos que contêm microrganismos vivos: iogurtes e outros alimentos fermentados. Também podem ser obtidos através de suplementos alimentares. Os prebióticos são nutrientes não digeríveis (fibras). São o “combustível” para as bactérias intestinais benéficas proliferarem. Encontram-se em cereais integrais, leguminosas, vegetais de folha verde e legumes, frutos e oleaginosas, entre outros.

Os alimentos fermentados resultam da trans- formação dos alimentos por microrganismos vivos, como bactérias e leveduras. Além do iogurte, outros alimentos fermentados incluem o kefir, pickles, o kombucha e o kimchi (couve fermentada).

Contudo, a resposta do microbioma intestinal à alimentação é específica de cada indivíduo, não existindo uma dieta padrão que possa garantir os mesmos efeitos em todas as pessoas.
Notícias relacionadas