Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
3 março 2018
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Anabela Trindade Fotografia de Anabela Trindade

Super-homem

​​​​​​​​​​O super-herói de Margarida.

Tags
Margarida esperneia-se. Dá sinais de que algo lhe falta. Atento aos movimentos da filha, Daniel não hesita: retira-a do carrinho e aconchega-a ao colo. Margarida serena ao sentir o rosto e o aconchego do  pai.

A exercer advocacia num novo escritório, Daniel tem visto, nos últimos meses, o tempo em família fugir-lhe entre os dedos. Só ao fim do dia consegue dedicar-se aos filhos, Margarida, de oito meses, e Daniel, de três anos. 

O sentimento de culpa, como confidencia o próprio, existe e é desconfortante. «É   claro que o pai também sofre por estar ausente e sofre muito», afirma, assegurando que «não são só as mães que têm esse peso e acham que abandonam os filhos quando têm de ir trabalhar ou ficar longe». 

Daniel foi um filho «privilegiado» pois pôde contar com os mimos e a atenção do pai nas primeiras semanas de vida. Margarida não teve essa sorte. «Quando ela nasceu não podia gozar férias e no mês de Agosto fiquei sozinho no escritório. Tive muita dificuldade em conseguir dedicar-lhe tempo. Só o consegui fazer quando estivemos de férias em família, já em Setembro», lembra. 

De segunda a sexta-feira, enquanto não regressa a casa, o coração aperta e as saudades são muitas, confidencia pela primeira vez Daniel: «Custa-me muito sair de casa de manhã e mais ainda quando o Daniel ou a Margarida estão doentes. Vou a caminho do emprego sempre a pensar o quanto me apetecia ter ficado junto a eles…». 

O fim do dia é, por isso, esperado com ansiedade e alegria. «Quando ponho o pé fora do escritório, penso logo no abraço que o meu filho Daniel me vai dar e no quanto nos vamos divertir juntos». 

Empenhado em ver Ana e os dois filhos felizes, Daniel não assume outro desejo que o acompanha: «Sem querer parecer chauvinista, gostava que a Ana estivesse sempre em casa com os filhos. Em primeiro lugar porque sei que ela gosta e, em segundo, porque eles gostam muito de ficar com a mãe».
Notícias relacionadas