Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
31 outubro 2024
Texto de Marta José Santos | WL Partners Texto de Marta José Santos | WL Partners Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

«Sempre fui muito equilibrado em tudo»

​​​Da tranquilidade do Alentejo ao palco do "The Voice Portugal", Luís Trigacheiro adaptou-se a um universo diferente sem nunca perder as raízes e o amor por uma boa açorda de alho.​​​

Tags
​Quem é o Luís Trigacheiro?
É um rapaz de Beja. É difícil falar de mim, mas o Luís é um rapaz. É o que está à tua frente. O Luís é muito pouco mais do que isto. É simples e honesto, genuíno e - ia dizer que é humilde - mas é um bocado de falta de humildade, não é?

Como foi a experiência de vencer o "The Voice Portugal" e lidar repentinamente com uma vida mais mediática?
Tive de adaptar-me a um mundo diferente, mas tenho o meu mundo também. Talvez o Luís às vezes seja duas pessoas, mas duas pessoas boas. Há uma versão mais conectada com o mundo artístico, em que trabalho, e a minha versão mais pessoal, para os amigos e a família. Às vezes tenho de mostrar uma imagem mais assertiva e saber colocar os outros no sítio deles.
 
Com a exposição pública, passou a ter presença ativa nas redes sociais. Teve algum impacto?
As redes sociais, atualmente, têm impacto na vida e na saúde mental de qualquer pessoa. Nem sempre pelos melhores motivos. Às vezes dou por mim numa mesa com os amigos e estamos todos a mexer no telemóvel. E isso irrita-me constantemente. Na área profissional tem mesmo de ser, porque é um canal importantíssimo para mostrar ao mundo o nosso trabalho, a nossa arte. Mas também neste campo deve haver um controlo.

Que hábitos tem para manter o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal?
Sou uma pessoa muito ansiosa e, portanto, tento arranjar formas de ocupar o tempo. Vou treinar, vou almoçar com um amigo, agarro na guitarra. Tento fazer alguma coisa quando não tenho concertos ou entrevistas, quando tenho um dia completamente livre. Ficar em casa sem nada para fazer é das piores coisas que me podem fazer.



A prática de exercício físico e a preferência por uma vida mais saudável faz parte de si?
Antes não tinha cuidado nenhum. Há cerca de cinco, seis anos, deixei de fumar e comecei a fazer exercício físico, e a partir daí tem sido uma constante. Não faço competições, mas gosto de fazer desporto diariamente. Sinto que esse equilíbrio é bom, pois, quando estou com os meus amigos a jantar, por exemplo, ou com a minha família, não me privo de comer.

Costuma partilhar os seus treinos. Inspira as pessoas a treinar?
Acho que sim. Soube há pouco tempo que, pelo menos em Portugal, a percentagem de pessoas que treinam é muito baixa. Pensava que era mais elevada, mas falamos de 30%, o que não é nada. Se calhar também porque temos uma população mais envelhecida.

Partilha nas redes sociais várias campanhas publicitárias de vinho. Acredita que serve como um lembrete saudável para a sua comunidade? 
O exagero é mau. Aliás, em tudo. Devemos fazer desporto, mas também devemos beber um copo de vinho com as pessoas, socializar, fazer provas de vinhos. Não precisamos de beber vinho até cair para o lado, mas podemos beber um copo de vinho, dois, três. E se a companhia for boa, quem sabe? Portanto, lá está a questão do equilíbrio. É mesmo a chave para tudo.



Ser alentejano potencia esse sentido de equilíbrio?
Sempre fui muito equilibrado em tudo. Não sei se é só por ser alentejano, mas se calhar tem impacto.

A gastronomia do Alentejo é uma tentação… 
Uma das coisas boas que o nosso país tem é mesmo a gastronomia, não só no Alentejo. Comemos muito bem e é difícil irmos a algum lado, saber que há um prato típico dali, e sair sem o provar. Fomos há uns dias a Miranda do Corvo e tivemos de comer chanfana! É o mesmo que ires ao Alentejo e não comeres uma açorda de alho. Tens de comer! É regra!


Nasceu e cresceu em Beja, no Alentejo, região de onde bebe muita da inspiração musical

Além da atenção ao desporto e à alimentação, costuma ter cuidado com a saúde?
Quando vou doar sangue, normalmente aproveito para fazer análises. Junto o útil ao agradável. Estou a planear fazer uma doação agora, porque durante o verão, com os concertos, não é fácil. Penso que há duas alturas do ano em que as reservas estão mais em baixo, o verão e o inverno, por isso vou aproveitar para doar sangue. Tento sempre, pelo menos, fazer uma ou duas doações por ano. Sei que posso doar quatro vezes por ano - os homens é quatro vezes, penso que as mulheres é três vezes.

Porque costuma doar sangue?
Amanhã posso ser eu a precisar de sangue e não ter. Nunca tive alguém da minha família sequer perto de ter um problema de saúde que precisasse de sangue, mas não me custa nada. Estamos a falar de meio litro de sangue e no dia a seguir estás novo, portanto…

Que papel têm as farmácias na vida das pessoas? 
As farmácias são importantíssimas, é dos poucos serviços que deveriam estar sempre abertos. Precisamos sempre de alguma coisa, em especial as pessoas mais velhas. Há medicamentos e outros produtos farmacêuticos que têm de estar acessíveis. Ainda bem que existe um sítio com alguém com conhecimentos técnicos e científicos para nos guiar e ajudar a encontrar uma resposta ao problema que temos no momento.



E sobretudo em regiões mais rurais, como o Alentejo.
Falamos de uma das regiões com mais pessoas idosas no país. Não interessa muito a dimensão da farmácia, mas que tenha o básico, o necessário para essas pessoas. Muitas não têm carta de condução, nem têm como ir a um hospital porque está a 100 quilómetros de distância. Haver uma farmácia perto que possa ajudar é muito importante.

Como descreve o mais recente álbum, “Ela”?
É um álbum que defende muito a figura feminina. Nas canções, praticamente todas, fala de mães, de filhas, de namoradas, de futuras conquistas. Fala do ser feminino e do amor em diferentes formas. Foi produzido pela Luísa Sobral e constitui uma homenagem à minha avó, que faleceu. Pela conjugação destes três motivos, surge o título “Ela”. É imponente, um ela com “E” grande!

Tem alguma música favorita neste álbum? 
Gosto de todas! A “Fada Madrinha” é uma delas. Também gosto imenso da “Desfocada” e do “Imagina a Cara Dela”.

Com que música as pessoas se vão identificar mais?
Com a “Desfocada”, acho.

As personagens do novo disco são saudáveis? O álbum “Ela” é saudável?
Sim, acho que o meu álbum é dos mais saudáveis.