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4 setembro 2020
Texto de Hugo Rodrigues (pediatra) Texto de Hugo Rodrigues (pediatra)

Regresso e bom senso

​​​As crianças precisam de brincar umas com as outras. Há cuidados simples para regressar à escola.

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O início do ano escolar num contexto de pandemia levanta muitas questões, sobretudo no bem-estar emocional das crianças e dos jovens. Por esse motivo, faz sentido tentar analisar cada um destes aspectos de forma sensata, para evitar atitudes mais prejudiciais do que benéficas.

MÁSCARAS

Neste momento, as recomendações da Direcção-Geral da Saúde são para que todas as pessoas acima dos seis anos de idade usem máscara, incluindo as crianças em idade escolar. A medida serve essencialmente para tentar impedir a propagação do vírus e isso pode ser muito importante para os grupos de risco (pessoas idosas e/ou com doenças crónicas), mais até do que para as próprias crianças. Na verdade, uma das constatações que parece evidente sobre a COVID-19 é que as crianças combatem mais facilmente a infecção, pelo que não são elas que nos preocupam verdadeiramente. Mas sabemos também que, apesar disso, são vectores de possível contágio, o que deve ser encarado de forma séria para evitar que o novo coronavírus chegue aos grupos de risco. Assim, sempre que possível, faz sentido que as crianças e os adolescentes usem máscara, para se protegerem a si, às pessoas com quem vivem e aos profissionais que com eles trabalham.

LIMITES À INTERACÇÃO SOCIAL 

A interacção social é importantíssima para as crianças e não a podemos abolir do seu dia-a-dia. Pode haver algum ajuste, nomeadamente a redução do número de alunos por turma, mas se privilegiarmos o uso de máscara podemos e devemos deixar as crianças brincar umas com as outras. Pode ser em grupos um pouco mais pequenos, mas têm de poder brincar juntas e interagir umas com as outras.

BEM-ESTAR EMOCIONAL 

Durante o confinamento, houve muita preocupação sobre o bem-estar emocional e psicológico das crianças e os possíveis efeitos que o isolamento pode ter no seu desenvolvimento. Parece-me uma preocupação legítima, mas, na verdade, o retorno à (quase) normalidade devolve às crianças a tranquilidade de que elas precisam. Não me parece que se justifique generalizar os receios, até porque a maior parte das crianças não vai sentir esses efeitos. Devemos estar atentos às situações particulares em que isso acontece e agir de acordo com as necessidades de cada criança.

Em jeito de conclusão, gostaria de reforçar a ideia de que qualquer medida que tomemos deve ter sempre como objectivo final proteger as pessoas pertencentes aos grupos de risco, mesmo que as medidas não sejam especificamente dirigidas a elas, porque nesses casos esta doença tem uma mortalidade significativa, que não pode ser desprezada.​
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