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31 agosto 2018
Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Receita segura

​​​​Nunca use antibióticos sem prescrição médica.

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A adaptação ao meio ambiente é uma característica de todos os seres vivos. Basta quem vive em ambientes extremos, como nos mais inóspitos desertos ou em gélidos locais no Círculo Polar Ártico. 

Isto vem a propósito das bactérias e da sua capacidade de se tornarem resistentes – de se adaptarem - aos antibióticos. 

Desde 1928, ano que Alexander Fleming descobriu a penicilina – considerado o primeiro antibiótico – foram descobertos mais de 70 antibióticos.

Doenças terríveis como a tuberculose, a lepra, a pneumonia ou a febre tifóide, foram vencidas, criando a ilusão de que sairíamos vencedores da luta contra as doenças infecciosas. Pura ilusão. Esquecemo-nos da tal capacidade de adaptação das bactérias.

Devido à utilização excessiva de antibióticos na pecuária, que ingerimos quando comemos carne, e ao uso incorrecto por parte das pessoas, as bactérias foram-se adaptando e, hoje, o aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos é uma realidade preocupante. Há bactérias resistentes a praticamente todos os antibióticos – são as chamadas superbactérias.

É fundamental que todas as pessoas saibam como usar correctamente estes medicamentos:

  • ​Primeira regra – Nunca os utilize sem prescrição médica. Cada infecção deve ser tratada com o antibiótico específico e há infecções em que estes fármacos nem sequer estão indicados, como as virais (gripes, constipações)

  • ​Segunda regra – O doente deve cumprir escrupulosamente a posologia e o tempo de tratamento prescritos.

  • ​Terceira regra – Como qualquer outro medicamento, os antibióticos podem causar intolerância, efeitos adversos ou complicações. Nestes casos, deve avisar o médico, pois há decisões a tomar que vão desde estratégias correctivas até à interrupção do antibiótico. 

Os antibióticos são fármacos maravilhosos. Uma grande parte da população do planeta deve-lhes a vida. São uma poderosa arma ao serviço do combate às infecções. Porém, como todas as armas, podem ser uma ‘faca de dois gumes’: se mal utilizados, podem virar-se contra nós. Não contribua para tal. Use-os bem.
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