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1 julho 2017
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Recebemos o que damos»

​​​​​​​​A maturidade de uma estrela, aos 27 anos.​

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​Revista Saúda – Faz teatro desde os dez anos. Já queria ser actriz?
Sara Matos – Não sei se seria uma certeza. Não era uma coisa muito fortalecida como passou a ser a partir dos 15 anos, na Escola Profissional de Teatro de Cascais. Mas lembro-me de ter dez anos e a minha mãe perguntar-me que actividade eu queria fazer… Fiz um curso de expressão  dramática.

RS – Tinha outras paixões? 
SM – Muito antes de ser actriz, acreditava ter um dom para ser atleta. Adorava! Sempre tive muita noção do meu corpo e alguma facilidade nas aulas de educação física, era muito coordenada. Mas escolhi expressão dramática.

RS – Ainda se lembra da sua primeira vez em palco? 
SM – Lembro. Tinha 11 anos e foi na Casa do Artista. Estava nervosíssima, metade das pessoas não ouviu nada do que eu disse.



RS – Como aconteceu a participação nos “Morangos com Açúcar”? 
SM – Já tinha tido algumas experiências de casting mas quando me chamavam para uma segunda fase a minha mãe nunca me deixava ir. Deu-me a hipótese de meter-me à prova, saber se conseguia desempenhar aquela personagem, mas eu tinha de formar-me primeiro. Ia fazer por uma questão de gozo, de saber se seria capaz. O casting para os “Morangos com Açúcar” foi o primeiro para televisão. Houve uma segunda fase e eu passei, houve uma terceira, uma quarta e uma quinta, e só aí fui escolhida para protagonista.

RS – Continuava a fazer teatro? 
SM – Sim, fiz a Escola Profissional de Teatro de Cascais e, depois, o Conservatório de Teatro e Cinema, enquanto trabalhava à noite no projecto “Novos Actores”. Ou seja, muito nova chegava a dormir seis horas por noite. Mas era aquilo de que gostava, era o meu sonho. Estava muito feliz.

RS – E como foi a experiência nos “Morangos com Açúcar”?
SM – Foi espectacular, dos melhores projectos em que participei, uma novidade em todos os sentidos. Vi-me pela primeira vez em televisão. Tive inúmeras conversas com os meus pais sobre o que vinha aí. Porque não é só uma personagem, não é só um salto… É uma diferença grande, mesmo em termos pessoais. E isso teve de ser conversado antes. Foi muito interessante para o meu crescimento poder ter estas conversas, apesar de ser tão nova.

RS – Como eram essas conversas? 
SM – Tinha 18 anos e a minha mãe avisava-me que é preciso ter muita calma. Falamos sempre em como vamos reagir quando as coisas correrem mal. É verdade, temos de nos preparar para isso. Mas como vamos lidar quando as coisas nos correrem excessivamente bem? O sucesso também pode ser uma coisa muito ilusória. E se não temos cuidado, podemos achar-nos um bocadinho mais do que somos.​
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RS – Quais os valores essenciais transmitidos pelos seus pais? 
SM – Os mais importantes são a humildade e generosidade. Há ali uma filosofia de vida muito ligada a energias. Eles ensinam que o que dermos aos outros vamos receber também.

RS – Surgiu a primeira novela na TVI. Sentiu mais responsabilidade? Não senti muita diferença.
SM – Quando comecei a fazer o “Anjo Meu”, a única diferença era o público. Era uma novela de horário nobre.

RS – Entretanto, no teatro, interpretava o “Closer”.
SM – Sim, no Casino Estoril. Também foi uma experiência espectacular. De repente, em vez de ter dez pessoas no público, houve uma sala cheia, quase com 200 pessoas, e isso enchia-me a alma.

RS – Recebeu um prémio na categoria de Melhor Actriz. O que significou?
SM – Foi o meu primeiro prémio e era de teatro. Para mim era maravilhoso, porque não estava à espera de ter investido tanto em televisão e ser congratulada pela outra área. Fiquei mesmo muito feliz. Foi mais um passinho.



RS – Tem preferência pelo teatro ou pela televisão? São paixões diferentes?
SM – É a mesma paixão, representar, e as diferenças são várias. Mesmo os níveis de adrenalina são outros. Na televisão são muito mais horas e muito menos tempo para as coisas. Em teatro, são menos horas de trabalho e, no entanto, temos mais tempo para construir uma personagem.

RS – No cinema representou Amália, no “Pátio das Cantigas”.
SM – Como foi essa experiência? Nunca tinha feito cinema antes. Há muito menos cenas, mais tempo para fazer as coisas, o cuidado é outro. A paixão é sempre a mesma, representar.

RS – E a novela “Amor Maior”? 
SM – Estou a contracenar com pessoas completamente novas, às quais não estava habituada. Qualquer experiência é boa, porque passámos por ela.

RS – Muito recentemente posou para a GQ. Descobriu um lado mais sensual?
SM – Foi espectacular. Aos olhos das outras pessoas, virei outra personagem. Soltei-me de tal maneira que nem dei pelas horas passarem. Foi mais uma parte de mim que nunca tinha explorado antes. Um lado mais sensual talvez, mais despido, entre aspas. Aquilo tudo quase era uma dança. Puseram música e eu dancei num palco, deixei-me ir.

RS – Tem sido mais abordada?
SM – Há muitas pessoas que não me reconhecem na capa. Está um bocadinho irreconhecível mas depois quando vão ver no interior gostam muito.



RS – Como se cuida?
SM – Eu tento ao máximo seguir aquelas três regras mais importantes. Beber pelo menos um litro e meio de água por dia, tentar dormir o máximo tempo possível, no meu caso sete horas, e fazer exercício físico. Adoro, não me custa nada.

RS – Tem cuidados com a alimentação?
SM – Nunca fiz uma dieta. Tive muita sorte com os meus pais. A minha mãe praticamente nunca cozinhou com sal, o meu pai nunca nos deixou comer doces. A minha mãe é educadora de infância, nem um rebuçado nos deixava pôr à boca porque faz mal aos dentes e nós não tínhamos dinheiro para ir ao dentista. Açúcar refinado ou farinhas nem me caem bem. Gosto de legumes, proteína, hidratos. No Verão, quando me apetece uma coisa doce, gosto de fruta.

RS – O que gosta mais de ​​fazer quando não está a representar? 
SM – Experimentar modalidades desportivas diferentes, ir ao cinema, andar a pé, ler, ouvir música, cantar, dançar… faço muito isso.

RS – Qual o próximo projecto? 
SM – Será muito provavelmente a Sara enquanto Sara. Neste momento estou a emprestar um bocadinho o meu corpo, a minha voz, a minha expressão corporal a uma personagem 12 horas sobre 12 horas por dia e acho essencial termos tempo para nós e para a vida pessoal. Por isso, vou aproveitar para estar com os meus, com a minha família e descansar um bocadinho.

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