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24 outubro 2024
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Rui Minderico Fotografia de Rui Minderico

Programa abem: apoiou mais de 38.000 pessoas

​Estudo de impacto comprova benefícios sociais, económicos e, até, ambientais do programa que garante medicamentos a quem não tem dinheiro para os comprar.​

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Em menos de oito anos de existência, o Programa abem: Rede Solidária do Medicamento apoiou 38.343 pessoas, através da dispensa de quase três milhões de embalagens de medicamentos, em 170 concelhos do país, incluindo as regiões autónomas dos Açores e Madeira. 

O objetivo deste programa promovido pela associação Dignitude é claro: apoiar as pessoas que não têm capacidade financeira para comprar os medicamentos que lhes são prescritos – uma em cada dez pessoas estão nesta situação, de acordo com o Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS). 
O programa envolve uma rede de 193 parceiros que referencia famílias em situação de carência, a quem é atribuído o cartão abem:, que garante a compra dos medicamentos prescritos numa das 1192 farmácias aderentes. A despesa é coberta pelo Fundo Solidário.

A par dos​ benefícios sociais, o Programa abem: também tem um impacto económico e ambiental relevante, revelou o estudo apresentado a 22 de outubro, durante a “Conferência abem: Saúde & Sustentabilidade”, que se realizou na sede da Associação Nacional das Farmácias (ANF), em Lisboa.

O Programa abem: permitiu poupar mais de 29 milhões de euros (M€) ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre maio de 2016 e dezembro de 2023, em urgências e internamentos evitados pelo cumprimento da terapêutica de quem beneficiou deste apoio na compra dos medicamentos. Os dados indicam que mais de metade da poupança estimada (16,9 M€) se deve a internamentos evitados de doentes de psiquiatria, seguidos dos internamentos dos doentes com enfarte agudo do miocárdio (6,2M€), das poupanças conseguidas no programa de tratamento da diabetes tipo 1 (3,1M€), dos episódios de urgência (1,8 M€) e dos internamentos de doenças com asma/pneumonia (1,4 M€).  

O estudo de impacto apresentado demonstrou que, anualmente, por cada milhão de euros investido no programa consegue-se uma poupança potencial de 5,4 milhões de euros para o SNS. Se o Programa abem: chegasse a todas as pessoas que todos os anos deixam de comprar os medicamentos de que precisam por falta de dinheiro - estimadas em 920 mil - o investimento no programa seria de 142 milhões de euros, mas a poupança gerada superaria os 772 milhões de euros em internamentos e episódios de urgência evitados. 
Para além de atualizar os dados de impacto apresentados em janeiro de 2022, este estudo avaliou, pela primeira vez, o impacto ambiental do programa e, também nesta área, a mudança alcançada foi muito positiva. Considerando a redução das deslocações aos hospitais para episódios de urgência e internamentos, estima-se que o programa tenha permitido poupar 62,39t CO2 de emissões no ano passado. Tal equivale a 1.188 viagens Lisboa – Porto de carro. 

«O Programa abem: luta contra as consequências da pobreza, leva a literacia em Saúde à população e, no ano em que se celebram os 49 anos do SNS, promove a cidadania e o reconhecimento dos Direitos Humanos», elogiou a ex-ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, na conferência de apresentação do estudo de avaliação de impacto. Estiveram também presentes a Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo (na foto), para além de representantes da Associação Dignitude, da ANF e vários stakeholders da Saúde.