Transmite uma imagem de tranquilidade. É uma pessoa serena?
Sou muito serena, nada ansiosa, vivo o dia-a-dia com muita paz. Também gosto de azáfama, mas mesmo no meio dela consigo estar tranquila e passo essa sensação aos outros.
Para essa paz de espírito contribui um estilo de vida saudável?
Sem dúvida. O bem-estar vem muito da forma de estar na vida, não só o cuidado óbvio com a alimentação e o exercício físico, mas a atitude e as escolhas que fazemos. Tento concentrar as minhas energias no essencial, dedicar-me ao que me faz bem e me transmite tranquilidade.
A apresentadora assume-se como uma pessoa serena, que mantém a tranquilidade mesmo em situações de azáfama
O que é o essencial para si?
Estar rodeada daqueles que amo. Estar reunida com os que me fazem bem é meio caminho andado para a minha vida se concretizar de forma plena e feliz. A família é o meu pilar. Tudo o que a minha filha Vitória, que tem agora cinco anos, me dá, ajuda-me a estar plena. O contacto com a Natureza também me dá tranquilidade. Vivo em Sintra, numa zona bastante isolada, acordo com os passarinhos e quando chego a casa há um clique: «Cheguei, encontrei-me». Só isso chega para baixar o ritmo e retomar o equilíbrio. Passo imenso tempo no jardim, só a contemplar. Faz-me bem parar, dar atenção aos silêncios, pensar. A minha mente renova-se com estas pausas.
Como é a vida com a Vitória?
Passamos muito tempo em casa, com a pandemia ainda mais, e gostamos de estar no jardim, a brincar com a terra, a descobrir alguma coisa junto das flores e das plantas, a aproveitar a hortinha. A Vitória tem este contacto com a terra desde muito pequenina. Também fazemos brincadeiras sensoriais, com plasticinas e coisas caseiras, e criamos imensos teatros. Ela tem uma imaginação muito fértil, inventa as histórias, distribui os personagens pela mãe e pelo pai. Pomos música, dançamos…

Sofia Cerveira prefere fazer caminhadas ao ar livre a frequentar ginásios. Mas surpreendeu-a o gosto pelo kickboxing
Faz jardinagem?
Sempre fui muito ligada à terra, mas só durante a pandemia desenvolvi o interesse pela jardinagem e o cultivo. Gosto muito. Eu podia ser feliz com um negócio de flores e plantas, onde conjugasse o design com os cheiros, cores, texturas…
E caminhadas na serra?
Imensas! Temos a sorte de estar a cinco minutos de um miradouro lindo e, quando queremos caminhar, estamos a dois minutos da serra. Temos muito contacto com a Natureza e o ar puro. Sempre sem ninguém.
Pratica desporto?
Nunca fui adepta de ginásios, gosto de caminha- das e pretendo retomar a corrida, que me faz muito bem. Sou mais do estilo de fazer pilates, mas comecei a praticar kickboxing no ano passado e gosto bastante. Ajuda-me a gastar energia, fortalece o corpo e puxa pelo lado cardio. Iniciei treinos personalizados de electroestimulação. O importante é não parar. No primeiro confinamento tive alguma dificuldade em lidar com a quebra de rotinas e senti que precisava de um impulso para reagir. Fiz dois detox, que correram muito bem, e retomei uma alimentação mais consciente. Prefiro um caminho mais saudável.
Não fuma, não bebe álcool e café só pontualmente. «Se puder conviver de forma saudável, tanto melhor», diz a apresentadora
Que cuidados tem com a alimentação?
Habitualmente ingiro hidratos de carbono, mas tenho uma regra há muitos anos: não misturo os hidratos com as proteínas. Gosto de sopas e saladas, de manhã substituo o pão por smoothies [batidos], diversifico imenso e não me canso desta alimentação. Bebo cerca de dois litros por dia e sinto-me bem, a minha pele e cabelo também. Não há nada melhor para o nosso organismo do que a água. Também não fumo, não bebo álcool, e café só muito de vez em quando.
Não tem vícios nenhuns!
Deste tipo não [risos]. Às vezes gosto de extravasar um bocadinho: uma boa sobremesa, um copo de vinho com os amigos. Mas se puder conviver de forma saudável, tanto melhor. Há opções saborosas e fáceis de fazer em casa. É importante passar isto aos filhos. Por hábito não entra muito açúcar lá em casa.
Como é a sua relação com o sono?
Sempre tive facilidade em adormecer e durmo em qualquer lado. Quando ia para a universidade, costumava adormecer no comboio da linha de Cascais. Mudei um pouco desde que fui mãe, há algo em mim sempre alerta. Deito-me e acordo cedo, e quando durmo pior está relacionado, curiosamente, com a alimentação. Durmo muito bem quando faço jejuns intermitentes, em que não como entre a hora do jantar e as 11 horas do dia seguinte.
Sofia Cerveira gosta de ir às farmácias procurar novidades nos produtos de beleza e para criança
Faz com regularidade?
Sim, ajuda-me a manter essa sensação de equilíbrio no meu corpo. Gosto de prolongar o jejum, só bebendo chás. O intestino funciona melhor.
Gosta de farmácias?
Sou uma curiosa, gosto de ir às farmácias procurar novidades nos produtos de beleza e para criança. Protectores solares, águas de limpeza, tónicos, produtos ‘sem isto e sem aquilo’ para a Vitória.
O que prefere fazer em televisão: apresentação ou representação?
A apresentação é o meu grande amor, a ficção é uma paixão. Sou feliz em ambas. Em 2021 celebro 25 anos de televisão. Comecei na RTP, a apresentar a meteorologia, estou na SIC desde o ano 2000. Na apresentação fiz um bocadinho de tudo, dos Globos de Ouro ao Circo de Monte Carlo. Sinto que sou capaz de fazer qualquer coisa em televisão. Vejo-me a apresentar um programa de daytime. Gosto muito de comunicar e de ouvir.
«Por hábito não entra muito açúcar lá em casa», garante a apresentadora
Tem projectos profissionais em vista?
Devemos recomeçar a gravar em Novembro uma nova temporada do “Casa Nova, Vida Nova”, na SIC Mulher. A primeira foi um sucesso. Vou continuar a apresentar o “E-Especial”, aos sábados. O programa tem 13 anos e reinventa-se todos os anos. Diariamente dedico-me à profissionalização das redes sociais, enquanto instrumento de trabalho. Há mercados interessantes a explorar no digital e é importante perceber como chegar ao público, às marcas que nos acompanham há muitos anos e a novas marcas.
Gosta das redes sociais?
Gosto muito. É gratificante a troca de experiências com as pessoas que me seguem. Quando o meu marido lutou com um cancro e eu estava grávida, muitas pessoas enviaram-me mensagens emotivas de gratidão e partilhavam dificuldades semelhantes. Esta partilha é importantíssima.
Essa experiência mudou a forma como vive?
As circunstâncias da minha gravidez foram difíceis, mas o Gonçalo [Diniz] é um lutador, optimista por natureza, tem uma enorme garra e poupou-me muito. Saímos desta vivência mais unidos e com respeito pela vida, com a consciência da importância de abraçar a vida dia-a-dia, com atenção e amor. Respeitar o nosso corpo e saúde para vivermos bem o tempo que temos e mimar quem nos é próximo. Não faço planos para o futuro, vivo cada vez mais o instante. Só peço saúde, para acompanhar a minha filha o máximo de tempo que a vida me permitir. Sou muito grata pela vida e saúde que tenho, e pelo que conquistei até hoje.