As grávidas com asma controlada passam melhor, assim como aquelas para quem a gravidez é sinónimo de felicidade. De qualquer modo, é aconselhável um controlo mais apertado da doença.
Os medicamentos antiasmáticos prejudicam a gravidez?
Numerosos estudos têm demonstrado que os medicamentos actualmente utilizados no controlo da asma – os beta-agonistas e os corticóides administrados por via inalatória – são considerados seguros. Não há razão para serem evitados.
Mesmo os medicamentos mais temidos, os corticóides, devem ser tomados nas crises graves. Quando administrados em doses elevadas e longos períodos, estão associados a pré-eclampsia, diabetes gestacional e atraso no desenvolvimento do feto. Considera-se que as crises podem ser muito mais perigosas na sequência das baixas concentrações de oxigénio no sangue.
Nos episódios de infecção respiratória podem ser prescritos antibióticos seguros. Há antibióticos contra-indicados: tetraciclinas, aminoglicosídeos, sulfamidas e quinolonas.
Relativamente à imunoterapia específica – a chamada vacinação antialérgica – se está a fazer em dose de manutenção, não há razão para a interromper. O tratamento não deve ser iniciado durante a gravidez. Se estiver em fase de progressão das doses, deve ser interrompido.
Por serem considerados inseguros, fármacos como a teofilina, os anti-histamínicos e os descongestionantes nasais devem ser evitados, sobretudo nos três primeiros meses.
Há consequências da asma para o feto?
Quando bem controlada, a asma tem poucas repercussões no feto. Porém, em situação de instabilidade verificam-se mais casos de crianças nascidas antes do termo da gestação e com peso abaixo da média. Por isso, a gravidez numa doente asmática aconselha a um controle obstétrico e respiratório mais apertado. A asma não está associada ao aumento de mortalidade fetal ou perinatal.
A medicação para a asma impede a amamentação?
Actualmente, a medicação-tipo da asma brônquica é por via inalatória, o que faz com que a concentração dos medicamentos no leite materno seja inofensiva para o bebé. Já o mesmo pode não acontecer quando se toma fármacos por via oral, sobretudo os corticóides. Nestes casos, os medicamentos podem ser encontrados no leite materno e, por isso, a prescrição deve ser confinada a situações de indicação formal. A mãe asmática deve amamentar o bebé, pois vai protegê-lo contra o desenvolvimento de alergias.
Os medicamentos antiasmáticos por via inalatória são inofensivos para a criança na gestação e na amamentação. É muito mais arriscado e perigoso – para a mãe e para o feto – ter a asma sem controlo. As crises de asma associadas a baixas de oxigénio no sangue podem ser muito graves para ambos.