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29 julho 2021
Texto de Maria Jorge Costa Texto de Maria Jorge Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Hugo Costa Vídeo de Hugo Costa

«O não consigo não existe»

​​​​​​Como Cláudia Borges organiza a vida, que a sua profissão insiste em desorganizar.

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​Como é que se define?
Enquanto pessoa, defino-me como insatisfeita. Tenho muito para aprender e isso é bom, eu acho. Sou muito empenhada e sou de tal forma organizada no trabalho e na vida que não consigo parar até conseguir. O não consigo não existe. Eu consigo. Pode ficar menos bem, mas tenho de conseguir, tenho de dar o litro, tenho mesmo de me esforçar para ficar o melhor.

Tem uma profissão exigente em termos de horários. Como faz a gestão da vida pessoal e profissional?
Nem sempre bem-disposta. É uma gestão, de facto, muito exigente. Na minha profissão, o que mais me incomoda é a falta de horários. Hoje não sei a que horas é que vou trabalhar amanhã. Às vezes essa desorganização causa um conflito em mim, porque sou demasiado organizada, mas ao fim de 20 anos já fui criando autodefesas. Já toda a gente sabe que não tenho horários. Portanto, se se me convidarem para jantar na sexta-feira, sendo hoje terça, já sabem que a resposta é: “Se não tiver trabalho, vou”. Assim que sei o meu dia, vou logo estipulando mental- mente como é que vai ser, a que horas vamos sair de casa, quem vai buscar os miúdos à escola. E conto muito com a ajuda dos meus pais, que nos salvam os finais de dia.

Ainda são uma instituição, os avós.
São, e ainda bem.

Nessa organização não abre mão dos treinos.
Sim, gosto de treinar de manhã. É quando tenho a energia necessária para o fazer. Chegar a casa e ter de dar banho, fazer jantar, organizar o dia seguinte e ainda treinar ia ser um problema. E para mim o treino não pode ser um problema, gosto de fazer.


Para Cláudia Borges a actividade física é fundamental para manter a energia física e mental. E é um tempo para si mesma

A actividade física influencia o seu estado geral? 
Psicologicamente, em mim faz uma diferença incrível. Obviamente que fisicamente gosto de ver o resultado, mas tem uma enorme influência psicologicamente. Se eu não treinar, fica a faltar alguma coisa, o meu dia não ficou completo. É o meu momento. Treino em casa, mas só o facto de pôr os fones e não ter mais nada à volta, é essencial.

O que é que a faz saltar da cama todos os dias? 
Ai, o despertador [risos]. Tenho trabalho, saúde, tenho uma família incrível. Claro que todos temos dias menos bons, um bocadinho mais cinzentos, mas não me permito ficar em baixo, não tenho esse direito. Tem-se falado bastante de tudo o que todos passámos no último ano. Acho que me fez perceber algumas coisas. Hoje em dia não me permito sequer não ter força para me levantar, porque tenho tudo aquilo que é necessário.

Como dá a volta a dias mais cinzentos?
Hoje de manhã estava assim. Mas, lá está, fui treinar e valorizo os lados positivos. Até o simples facto de vir no carro sozinha, ligar a música bem alto e cantar já é uma sensação de libertação. Estar sozinha, pensar.
 
Tem um ar muito fresco, como as pessoas costumam dizer. Herança genética, disciplina?
Geneticamente tenho sorte, mas também tenho muito cuidado com a minha pele, sempre muito protegida à exposição solar. Bebo muita água por dia, bebo mesmo imensa. Se calhar devia ter um bocadinho mais de cuidado com a hidratação da pele. Mas uma coisa essencial desde sempre é nunca dormir com maquilhagem. Já trabalho há muitos anos a maquilhar-me praticamente todos os dias. A limpeza da pele é essencial.

Que outros cuidados tem?
Com o cabelo, gosto de fazer ampolas que reforçam, dão mais força. Na Primavera e no Outono reforço os suplementos, porque tenho imensa queda de cabelo. Ao longo do ano tomo suplementos alimentares para cabelos, pele e unhas.

Tem a sua farmácia?
Nós vivemos num bairro pequeno. As pessoas da farmácia do nosso bairro já lá estão há muito tempo. Sei o nome delas, elas sabem o meu, perguntam pelos miúdos. Se tiver uma dúvida ou se quiser alguma coisa específica, prefiro sempre ir à nossa farmácia. É uma questão de confiança.


A apresentadora da SIC vai de férias com a família mas vai manter as recomendações de comportamento em tempo de pandemia

A pandemia mudou as férias?
Não. É a nossa semana no Algarve, no sítio de sempre, com todos os cuidados, como é óbvio. Nós já vamos os dois com a vacinação completa. É manter os cuidados que temos no dia-a-dia, levá-los connosco de férias. Temos de ter consciência de que o facto de estarmos vacinados não significa ir para a rua sem máscara e fazer uma grande festa. Não é assim que funciona.​

 


Começou a vida profissional aos 18 anos, num concurso. Como é que foi?
Cheguei ao “Miss Mundo Portugal” em 2001, porque tinha muita curiosidade em relação ao mundo da moda. A apresentação nunca me passou pela cabeça, sempre fui a miúda tímida da turma. Se não dessem por mim tanto melhor, eu estava ali sossegada no meu canto. Fui a castings de moda com 14 ou 16 anos e não passei. Foi o primeiro choque com o não. Depois surgiu na SIC o concurso “Miss Mundo Portugal 2001”. Estava a ver televisão com a minha mãe e ela disse-me «Porque é que não tentas?». A minha mãe tirou-me umas fotos péssimas, até hoje não sei como é que fui escolhida com aquelas fotos, e fui chamada. Eu e centenas de miúdas, fui uma das 15 finalistas. Seguimos uma semana para Tróia, para gravar o programa. Depois foi o concurso em si, e eu ganhei.

Aos 18 anos deve ter sido a concretização de um sonho e ao mesmo tempo um carrossel de emoções...
Acho que foi mais o carrossel de emoções, por- que de repente diziam: «Olha, agora tens de dormir cá». E eu: «Dormir? Estou aqui há uma semana, quero ir embora». Eu era muito apegada aos meus pais, que não me davam muita liberdade. E de repente ia para Lisboa sozinha, de metro, de comboio. Não havia GPS. ‘Quem tem boca vai a Roma’, tinha de saber onde eram as ruas. Horas infinitas em castings, e passou a ser essa a minha vida.


A televisão nunca fez parte dos sonhos de Cláudia Borges. Começou no programa "Disney Kids", onde conheceu o marido, Samuel. Na SIC desde sempre, actualmente apresenta o programa “Fica Bem”

No ano seguinte deu o salto para a televisão.
A minha agente na altura, Vanessa Veloso, ligou-me um dia a dizer que ia haver um casting para um programa de televisão e que eu tinha de ir. Eu dizia: «Ó Vanessa, pelo amor de Deus, eu a apresentar um programa?». Mas lá fui e fiquei no “Disney Kids”. Fui assistir a umas gravações, e o operador de câmara, hoje meu marido, dizia que eu nem sabia olhar para a câmara, e não sabia. O meu mundo não era de todo este, estava completamente longe...

O que queria ser quando fosse grande? 
Professora. Hoje em dia já me teria arrependido. Com isto das quarentenas, já tinha mandado os miúdos todos embora. Mas o mundo do espectáculo nunca foi uma opção.
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