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6 fevereiro 2025
Texto de Marta José Santos | WL Partners Texto de Marta José Santos | WL Partners Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

«O kickboxing é a minha meditação ativa»

​​​​​​​No ritmo entre a televisão e a família, Andreia Rodrigues constrói uma rotina assente na saúde física e mental.​

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​Tem alguma rotina para se manter saudável?
Começo o dia com muita energia. A primeira coisa que faço é despachar as minhas filhas. Depois de as levar à escola, reservo um tempo para mim. Só depois tomo o pequeno-almoço, com calma. Começar o dia com uma refeição tranquila define o tom para o resto do dia. Gosto de um pequeno-almoço equilibrado e saudável. Café é obrigatório, sem açúcar, é claro! Normalmente, incluo fruta, ovos mexidos, frutos secos e, muitas vezes, kefir ou aveia. Tenho um cuidado especial com a saúde intestinal, é fundamental para o bem-estar geral.
 


Faz exercício físico?
O exercício físico é essencial para mim. Pratico kickboxing, cerca de quatro vezes por semana. É um desporto que, além de ser fisicamente exigente, tem um impacto muito positivo na minha saúde mental. Costumo dizer que o kickboxing é a minha meditação ativa.

Também gosto muito de correr. Durante a corrida pensa-se em várias coisas. Estou a correr e a "arrumar gavetas".

No kickboxing consigo desligar completamente de tudo o que me preocupa e focar-me apenas naquele momento. É uma sensação incrível! Mesmo que comece o treino com algum problema, rapidamente a minha perspetiva muda completamente no final. Uma vez por semana, o treino é de alongamentos, para melhorar a flexibilidade e prevenir lesões. Tenho a sorte de ter um miniginásio em casa, que utilizo especialmente ao fim de semana.Tento manter uma roti- na que combine intensidade com momentos de cuidado mais relaxado.


«No kickboxing consigo desligar de tudo, é uma sensação incrível!»

Que ferramentas tem para combater a agitação? 
Tento meditar. Quando falo em meditação, tem mais a ver com atenção plena, conhecido por mindfulness. Há uns anos, falava-se muito sobre essa prática e eu procuro integrá-la em alguns momentos do meu dia. Não tem de ser sempre focada na respiração. Às vezes, é simplesmente estar a almoçar e desfrutar do momento, concentrada em saborear a comida. Tento focar-me no que estou a fazer, o que ajuda a relativizar as coisas e a criar espaço entre os acontecimentos e os pensamentos sobre eles.

Ajuda-me bastante a gerir o stresse diário, que todos enfrentamos, especialmente na minha profissão. A falta de rotina também gera stresse, e esta é a forma que tenho para encontrar equilíbrio na vida.

Qual é o papel das farmácias na sua saúde?
As farmácias têm um papel fundamental. Quando entro numa farmácia, adoro o ambiente. Para além dos cremes e das vitaminas, é um espaço de cuidado. Costumo frequentar as mesmas farmácias, porque gosto da relação que se cria com as pessoas. Elas já me conhecem, sabem como estou, perguntam pelas minhas filhas e pelo meu marido, e isso faz toda a diferença. As farmácias são, mais do que um lugar onde vamos buscar medicamentos, espaços de prevenção, onde podemos encontrar soluções que nos ajudam a cuidar de nós, mesmo quando não estamos doentes.
A saúde também passa por esse cuidado contínuo e, por isso, é importante ver as farmácias como um apoio à nossa saúde global.



Tem alguma memória especial nas farmácias?
Lembro-me da primeira vez que fui comprar produtos para a minha filha bebé. A maternidade traz muitas primeiras experiências. Mas, se pensar nas vezes que vou à farmácia, seja por estar doente ou não, o que me marca são as pessoas que me atendem, a forma como me recebem, como perguntam pela minha família. Isso é o que me fica na memória.

Nas redes sociais, partilha muitas receitas saudáveis. Como surgiu o interesse por incentivar as pessoas a ter uma alimentação saudável?
Eu adoro nutrição, na verdade já ponderei tirar um curso. É uma área que me fascina. Sou muito curiosa, leio bastante, procuro artigos de investigação. Tudo o que tenha a ver com suplementação e alimentação interessa-me imenso. O desporto e a alimentação estão diretamente ligados, porque quando cuidamos do corpo devemos procurar cuidar do corpo como um todo. Não vou ao médico só quando estou doente, faço um check-up todos os anos. Acredito muito na prevenção.

Em relação à nutrição, há certos alimentos essenciais para mim, como frutos secos, castanha do Pará, noz, amêndoa. Também consumo ovos, kefir, aveia sem glúten. É muito importante perceber de que modo certos alimentos nos afetam. Há alimentos que não me fazem bem, como o melão, por exemplo, que me causava reações alérgicas. Aprendi a retirar esses alimentos da minha dieta, garantindo o equilíbrio. Procuro passar a mensagem da importância de uma alimentação saudável e que não se trata de eliminar tudo, mas encontrar o equilíbrio.


«A televisão ensina a ligar um "botão de espetáculo" e a desligar o "botão pessoal". O trabalho deu-me força, não estava preparada para fazer o luto»

Quais os momentos mais marcantes na sua carreira?
É difícil destacar todos eles, mas saliento um momento menos positivo, a perda de um bebé. É fundamental abordar o tema das perdas gestacionais. Não somos nem mais nem menos mulheres por concebermos ou termos filhos. Não é isso que nos define enquanto mulheres. Ser mãe é algo muito especial para quem quer ser, mas não é isso que define as mulheres.

Na altura, enquanto apresentava o programa “Grande Tarde”, com o João Baião, enfrentei uma perda gestacional. Estava grávida, depois surgiram riscos de perder o bebé e, eventualmente, perdi-o. Foram três semanas a apresentar um programa em direto, de segunda a sexta-feira, sem que ninguém percebesse. Muitas vezes ouvia comentários como «Estás com ar de grávida» ou «Não tens filhos porque não sabes como se fazem». A sociedade habituou-se à ideia de que as mulheres de determinada idade têm de ter filhos, e se não os têm é porque algo está errado. Foi uma fase muito marcante e difícil emocionalmente. Fui internada num sábado, fiz a aspiração no domingo e, na segunda-feira, estava a apresentar o programa. Não por querer ser espetacular ou forte, mas porque foi a minha forma de lidar com a situação. Naquele momento, não estava preparada para fazer o luto. O trabalho deu-me força, ajudou-me a mudar o foco e continuar. A televisão ensina-nos a ligar um "botão de espetáculo" e a desligar o "botão pessoal". Quando o programa acabava, eu voltava a olhar para dentro e a lidar com as minhas emoções.

Tem algum projeto que gostaria de explorar? 
Tenho muitos! Não gosto de falar sobre projetos antes de os concretizar, mas há um, liga- do às mulheres, que quero muito realizar este ano. Espero que aconteça. Talvez por ter duas meninas, sinto ainda mais vontade de concretizar algo que ajude outras mulheres. E também quero ajudar a promover um olhar diferente sobre determinados temas, como as perdas gestacionais. Fala-se muito pouco sobre a perspetiva do parceiro ou parceira, que também vive essa perda.



Ter cuidado com a saúde é um valor da sua família?
Sim, com equilíbrio. As minhas filhas comem chocolate, mas com regras. Há coisas que são proibidas, como refrigerantes, que nunca beberam. Tento educá-las para terem uma boa alimentação e praticarem desporto. Quero deixar-lhes as sementes certas para que sejam mulheres equilibradas e saudáveis, física e emocionalmente. 

O trabalho como apresentadora é saudável?
Depende dos dias. Não há nenhuma profissão 100% saudável. Já vivi momentos difíceis na minha carreira, mas a idade ensinou-me a gerir melhor as emoções e os desafios. Hoje, considero que tenho uma profissão saudável porque encontrei o equilíbrio certo para mim.

A vida é uma constante construção e aprendizagem. Não tenho o equilíbrio perfeito, mas procuro caminhar nesse sentido todos os dias.

Agradecimentos:
Madalena Martins, maquilhagem
Stivali