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20 outubro 2018
Texto de Maria João Veloso Texto de Maria João Veloso Fotografia de Luís Silva Campos Fotografia de Luís Silva Campos

O futuro é já

​Medicamento em 3D é a próxima revolução civilizacional.

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Num futuro próximo, o sector do medicamento sofrerá «mudanças irreversíveis que, apesar de não serem novidade no meio académico», terão um forte impacto nas farmácias. Estamos num tubo de ensaio. Quem o diz de outra forma é António Salvador, director-executivo do Cedime e moderador da sessão, ao constatar que vivemos numa era de evolução tecnológica e científica.

Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular, explica os benefícios da farmacogenética. A realização de testes genéticos pode prevenir reacções adversas a medicamentos ou dar a conhecer a dose que cada doente deve tomar. Os testes devem ser feitos antes da prescrição médica. E sugere que as farmácias tenham esse serviço para que o utente tenha conhecimento sobre os resultados. Do mesmo modo que sabe o grupo sanguíneo do utente.

O impacto da impressão 3D neste universo foi o mote da exposição de João Pinto, doutorado em tecnologia e farmacêutica pela Universidade de Londres. Chama-lhe «a revolução» a seguir à industrial, que terá um impacto nas relações económicas, sociais e ambientais. 

Passa a produzir-se de acordo com as necessidades e não com o estimado. Esta tecnologia assenta em dois pilares fundamentais: a nanotecnologia e o uso da Internet. E «já está a acontecer»: em vez de ser o medicamento a viajar pelo mundo, é a informação que vai viajar.

Nos próximos anos, os medicamentos serão maioritariamente produzidos em 3D. Outra grande inovação será a reutilização de fármacos. Paula Fresco, doutorada em toxicologia pela Universidade de Londres, defende o regresso a fármacos já aprovados ou que foram abandonados durante o seu desenvolvimento.

E tem exemplos práticos. A talidomida, usada por grávidas nos anos 50, era tida como ‘medicamento maldito’ uma vez que os bebés nasceram com focomelia. Em 1964, um médico israelita usou o medicamento num paciente com um tipo de lepra e este melhorou. O mesmo aconteceu com o sildenafil para tratar a doença coronária. Acabaria por ser «a» solução para doentes com disfunção eréctil.