Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
6 junho 2016
Texto de Duarte Santos Texto de Duarte Santos Fotografia de Tiago Machado Fotografia de Tiago Machado

O Congresso é agora

​​​​​​​​​​​​​​Como poderá comprovar pela leitura da revista, o 12.º Congresso desafia-nos para um extenso e detalhado programa de trabalho. Em favor do desenvolvimento da rede de farmácias, naturalmente, mas também da reforma do Serviço Nacional de Saúde e da melhoria da qualidade de vida dos portugueses.
Por melhor que tenha decorrido, o 12.º Congresso das Farmácias – A Inovar Consigo, não foi feito para ser conjugado no passado​. Por mais entusias​mante, o que aconteceu entre 14 e 16 de Abril foi um tiro de partida. Se o debate foi riquíssimo, o que importa é o uso que faremos dele. Se o congresso atraiu três mil participantes, a mobilização mais importante vai decorrer agora e nos próximos anos.

Como poderá comprovar pela leitura da revista, o 12.º Congresso desafia-nos para um extenso e detalhado programa de trabalho. Em favor do desenvolvimento da rede de farmácias, naturalmente, mas também da reforma do Serviço Nacional de Saúde e da melhoria da qualidade de vida dos portugueses. Aliás, estes três objectivos são indissociáveis. A conclusão mais luminosa do debate é a de que nenhum deles vai acontecer se os outros falharem.

Um coro impressionante de profissionais, peritos e investigadores em Saúde, Economia e Finanças Públicas, oriundo dos quatro cantos do mundo desenvolvido, tornou evidente a urgência de a rede de farmácias ser melhor aproveitada em Portugal. Isso é indispensável para evitar a insustentabilidade orçamental do sistema de saúde e necessário à contenção das pandemias que ameaçam a população mais envelhecida da Europa: nós, os portugueses.

Na Austrália, EUA e Reino Unido, as experiências de contratualização com a rede de farmácias, minuciosamente analisadas no 12.º Congresso, deram e dão resultados sólidos. Governos e seguradoras renovam esses contractos porque alcançam relevantes poupanças orçamentais. São também visíveis os ganhos em saúde das populações abrangidas, do controlo da glicemia nos diabéticos à redução de factores de risco cardiovascular.

A importância dos resultados revelou-se decisiva para a mudança nesses países. O 12.º Congresso mostra-nos a relevância da aproximação às universidades, mas também do desenvolvimento dos próprios centros de investigação da ANF. A evidência científica é determinante, não só para influenciar as boas decisões governativas como também a população a adoptar estilos de vida saudáveis. O 12.º Congresso torna claro que os resultados em saúde pública dependem da concertação de estratégias por parte dos diferentes profissionais e instituições de saúde. 

As farmácias, pela sua natureza, valorizam o trabalho em rede. O diálogo e o espírito de cooperação com os stakeholders do sector permitiram que o 12.º Congresso fosse o mais participado de sempre por médicos e outros profissionais de saúde, muitos deles importantes gestores da mudança em Portugal. É legítimo esperar que os projectos-piloto em curso ou realizados recentemente, designadamente com Unidades de Saúde Familiar, Fundação Gulbenkian, ARS Centro e Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, só para citar alguns exemplos, alcancem resultados e possam impulsionar uma nova geração de políticas.​