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21 maio 2018

Morreu o 'pai' da Farmácia Hospitalar

​​​Carlos da Silveira (1923-2018), bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de 1989 a 1995, foi dos principais responsáveis pela implementação de farmácias hospitalares no SNS. 

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Carlos Fernando Costa da Silveira faleceu no dia 19 de Maio, aos 95 anos, depois do que a actual bastonária considera ter sido uma vida longa e muito preenchida. «Era um homem amigável, suave, mas de princípios muito sólidos, pelo que tinha poucas dúvidas sobre os caminhos que queria seguir. Sinto que partiu com a mesma serenidade e o sentido dos seus muitos deveres cumpridos», diz Ana Paula Martins. 

Numa nota de pesar, o Ministério da Saúde, no Portal do SNS, salienta-lhe o «testemunho exemplar e um notável contributo para a obtenção de ganhos em saúde» e classifica-o como «um exemplo de cidadania e competência».

Como bastonário, preocupou-se com a ligação dos farmacêuticos de todas as valências e áreas de intervenção numa profissão unida, destaca Ana Paula Martins. «Mas a luta da sua vida foi por aquilo que considerava determinante para os farmacêuticos: a reconquista da carreira farmacêutica no SNS, depois de, juntamente com o seu grande amigo e grande vulto da profissão também já desaparecido, Aloísio Marques Leal, ter sido responsável pela criação dos serviços farmacêuticos nos hospitais do SNS».

De tudo isto será dado testemunho em Setembro, revela a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, altura em que será publicado um livro que Carlos da Silveira deixou escrito sobre a sua visão dos caminhos trilhados pelos farmacêuticos na área da Farmácia Hospitalar.

Carlos da Silveira era licenciado (1945) e doutorado (1966) pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, tendo ingressado aos 24 anos, como farmacêutico, na Marinha de Guerra Portuguesa, onde chegou a ter funções de subdirector do Serviço de Saúde Naval. Foi investigador e professor catedrático da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e esteve ligado ao Ministério da Saúde durante 13 anos, entre 1961 e 1974. Interveio na génese da Comissão Técnica de Novos Medicamentos e do Instituto Nacional de Saúde dr. Ricardo Jorge, na implementação de farmácias hospitalares, na criação da Ordem dos Farmacêuticos, do Centro de Metabolismo e Genética da Universidade de Lisboa, bem como do Laboratório de Análises Fármaco-Toxicológicas da Marinha. Foi vencedor do Prémio Nacional de Saúde 2009 e, em 2012, recebeu a Medalha de Ouro da Ordem dos Farmacêuticos.