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ANF
20 novembro 2023
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Mais serviços nas farmácias, melhor Saúde

​​​​Novos serviços farmacêuticos anunciados em conferência na Assembleia da República. 

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​As farmácias comunitárias vão participar na vacinação contra o tétano e a difteria, e ser chamadas a intervir em situações clínicas ligeiras, anunciou o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS). «São os parceiros certos. Mais de três mil farmácias e postos, e dez mil farmacêuticos em quem os portugueses confiam. É tempo de integrar as farmácias», disse Fernando Araújo. O anúncio foi feito a 20 de novembro, na Assembleia da República, durante a conferência “As Farmácias na Jornada da Saúde das pessoas”, promovida pela Associação Nacional das Farmácias (ANF). 

Presente no evento, o secretário de E​stado da Saúde confirmou a «visão clara» do Ministério da Saúde sobre «a centralidade das farmácias no sistema». «As farmácias são um “exército de saúde” que o país tem de aproveitar ao serviço da prevenção da doença e promoção da saúde», disse Ricardo Mestre, elogiando a «qualidade técnica e humana» e o «comportamento dedicado» dos farmacêuticos.

A conferência debruçou-se sobre os modelos colaborativos entre o SNS e as farmácias comunitárias, e confirmou que, quando se integra as farmácias comunitárias no sistema de saúde português, os cidadãos saem a ganhar. Se dúvidas existissem depois do trabalho prestado pela rede de farmácias durante a testagem à COVID-19, elas dissiparam-se com o sucesso da campanha de vacinação sazonal contra a gripe e a COVID-19, que já vacinou mais de um milhão de pessoas contra as duas infeções respiratórias.

​​A presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, durante a sessão de apresentação do Livro Branco das Farmácias, na Assembleia da República  

Durante o evento foi lançado o Livro Branco das Farmácias Portuguesas, um documento que procura projetar o futuro do setor na próxima década. A construção deste Livro Branco teve por base o contributo de centenas de farmacêuticos e de outras entidades do setor da Saúde, e considerou a experiência de vários países com provas dadas nos cuidados de saúde prestados nas farmácias.

E de que forma podem as farmácias ajudar a melhorar a prestação de cuidados de saúde à população e contribuir para um sistema mais ágil e sustentável economicamente? Para além do crescente papel na vacinação, tornado realidade, outras medidas propostas no Livro Branco já são ou vão tornar-se realidade muito em breve, pois estão contempladas no Orçamento do Estado para 2024.

É o caso da renovação da terapêutica crónica nas farmácias, que evita que as pessoas que vivem com doença tenham de se deslocar às unidades de cuidados de saúde primários apenas para receber uma nova receita para levantar a sua medicação habitual. Outra medida, já testada no contexto da pandemia, é a possibilidade de levantar na farmácia medicamentos de uso hospitalar. São 200 mil os portugueses que deixam de ter de se deslocar aos hospitais para levantar a medicação, o que muitas vezes implicava percorrer centenas de quilómetros.

Estas e outras iniciativas são propostas no Livro Branco das Farmácias Portuguesas, que incentiva os decisores políticos, reguladores e parceiros a trabalharem em articulação para torná-las realidade. Por exemplo, fazer nas farmácias o rastreio de hepatites virais, VIH e outras infeções; integrar as farmácias nos rastreios nacionais; criar a figura de “farmacêutico de família”; ou dar aos farmacêuticos a possibilidade de intervir ativamente na saúde mental, sinalizando e encaminhando pessoas para as instituições adequadas, se necessário.

Os doentes não poderiam estar mais de acordo. Como resumiu Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que representa quase 70 associações de doentes: «Estamos viciados neste modelo de resposta próxima de excelência do farmacêutico em quem confiamos, que é nosso amigo, tem tempo e a quem pagamos apenas o medicamento».​​