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1 agosto 2025

Hérnias abdominais

​​​​​​​​​Fique a par dos principais sintomas e das formas de tratamento.​

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Texto de Fernando FerreiraEspecialista em cirurgia geral e da parede abdominal complexa, Hospital CUF Porto

O que é uma hérnia e como se forma?

Uma hérnia consiste numa fraqueza no invólucro que envolve a parte muscular da parede abdominal, que se pode manifestar através de uma tumefação (inchaço). Por norma, resulta de um defeito da cobertura dos músculos (fáscia) e pode estar presente desde a nascença ou surgir mais tarde, normalmente após um traumatismo ou uma cirurgia.

Quais os principais sintomas de uma hérnia abdominal?

Uma hérnia abdominal pode existir sem sintomas durante muito tempo, mas pode apresentar uma tumefação visível e/ou palpável correspondente a uma passagem de gordura, intestino ou víscera, deslocada fora do limite muscular abdominal imediatamente abaixo da pele. Nesta situação é aconselhável observação em consulta de medicina geral e familiar ou cirurgia geral. A observação urgente devido a uma hérnia sintomática deve ocorrer na presença de qualquer uma das seguintes manifestações: dor abdominal, geralmente no local de maior volume; náuseas e possíveis vómitos; pele avermelhada e, ocasionalmente, luzidia no local da hérnia. Estes sintomas podem indicar um estrangulamento intestinal, potencialmente letal.

Que impacto tem no dia a dia das pessoas?

Com o passar do tempo, uma fraqueza herniária da parede muscular do abdómen torna-se cada vez maior e, potencialmente, visível na superfície corporal. Este crescimento inestético da hérnia pode ser desconfortável, principalmente após a realização de determinadas atividades, como tossir, dobrar o corpo ou levantar um objeto mais pesado.

Que tratamentos são disponibilizados?

O tratamento é decidido caso a caso, como se de um fato à medida se tratasse. Idealmente, privilegia-se a reparação baseada nos tecidos, reforçada com uma rede que pode ser permanente ou reabsorvível. Atualmente, esta cirurgia deve ser feita de forma minimamente invasiva, por via robótica ou laparoscopia, sendo válida para a maioria das hérnias, pelo que a cirurgia clássica fica reservada a casos específicos.

Nalgumas hérnias inguinais (que ocorrem na zona da virilha), existem opções de reparação tecidular pura, utilizando como reforço retalhos de tecido dissecados do paciente, para evitar o uso de material estranho. As hérnias mais frequentemente operadas são as inguinais e femorais (na virilha), ventrais (na face anterior do abdómen, tais como as umbilicais), incisionais (no local de uma incisão cirúrgica prévia) ou do hiato esofágico (local de passagem do esófago do tórax para o abdómen). As hérnias femorais, sendo ou não assintomáticas, devem ser sempre operadas devido ao maior risco de estrangulamento intestinal.

Como é que se pode prevenir o surgimento de hérnias abdominais?

É difícil prevenir uma hérnia. Os esforços e o exercício não são uma causa, apenas a tornam mais sintomática. As causas mais comuns associadas ao desenvolvimento de hérnias abdominais são a idade, a obesidade, o tabagismo, a toma de imunossupressores e cirurgias abdominais prévias.

A maioria das hérnias abdominais é corrigível pelo cirurgião geral, mas algumas destas podem transformar-se em hérnias complexas, devido a tentativas de correção prévias falhadas, exigindo uma abordagem subespecializada por cirurgiões de parede abdominal complexa.

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