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9 março 2020
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Gostava de sentir nascer um bebé»

​​​​​​Diogo Piçarra fala da sua primeira filha.

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A sua filha Penelope esta quase a nascer. Como se esta a preparar para esta nova fase?
Para as mulheres é uma contagem decrescente, a barriga a crescer, a crescer, está quase, está quase... Nós homens temos o problema de a nossa barriga não crescer. Estamos na nossa vidinha. Temos o trabalhinho, chegamos a casa, olhamos para a barriga: «Ah, está grande». Depois vamos à nossa vida. As mulheres são umas sortudas e ao mesmo tempo não, porque é um peso, é uma força da natureza sair algo de dentro delas. Ao mesmo tempo, queria sentir tanto como as mulheres o nascimento de um bebé, de um ser. Acho que só vou sentir o peso da responsabilidade assim que estiver cá fora e estiver nos meus braços.


O cantor e a namorada, Mel Jordão. A bebé está prevista nascer em Março

Está ansioso?
Sim e não. É algo natural, é nosso, faz parte da vida e temo-nos preparado, eu e a Mel [Jordão, maquilhadora. Companheira de Diogo desde 2014, grávida de Penélope]. Sabemos mais ou menos o que fazer. Depois, cada bebé é como é e vamos percebendo o que vai precisando, as manhas, os choros..​. Já estamos preparados para o que vem. Ao mesmo tempo não, porque é uma bebé única e vamos também aprender imenso com ela, tenho a certeza.

Como pai, o cantor deseja conseguir «ser metade» do que os pais foram para ele

Que pai espera ser?
Espero vir a ser metade do que os meus pais foram para mim, no apoio que me deram, emocional e financeiro. Deram-me as bases para que pudesse investir e estar neste lugar. Foi graças a eles que, desde bebés [o cantor tem um irmão gémeo], estiveram sempre a pensar no nosso futuro. Guardaram para nós todos os subsídios de Natal e de férias.

E valores?
Acima de tudo, o valor do trabalho, de que é preciso lutar muito por aquilo que se quer atingir. E humildade, tratar bem o próximo. Basta ir a um café e, se vê uma pessoa a tratar mal o empregado, vê-se que é má. É isso que eu quero mostrar à minha filha: quando as pessoas te servem, elas estão acima de ti, não abaixo.

O "Ídolos", da SIC, lançou-o em 2012.
​Sem dúvida. Parecia uma espécie de sonho, distante, que não estava a acontecer. A ansiedade era tanta, os nervos eram tantos que parece que ficou apagado da memória o momento, a decisão de «O Diogo é o vencedor». Depois, tudo o que veio: o contrato com a Universal, a aprendizagem em Londres [na London Music School], que ainda hoje me ajuda. Aprendi a fazer as coisas sozinho em casa. Finalmente estava a ter aulas de música, de produção, de teoria musical, e pela primeira vez estava a estudar algo de que gosto e quero usar. Ainda hoje uso essas bases para fazer as minhas músicas.

Se calhar por isso correu tão bem.
É claro que dá logo outro gozo, outro ânimo, sair de casa e ir para uma escola de música. Até pedi a chave do estúdio da escola para poder ir lá à meia-noite, às horas que eu quisesse.


"The Voice Portugal" exigiu muito trabalho emocional a Diogo

Como foi a experiência de ser jurado no programa da RTP “The Voice Portugal"?

Pensava que tinha a tarefa facilitada: ia chegar como o Diogo Piçarra, dar alguns conselhos e o meu trabalho estava feito, mas não. Tive mais trabalho emocional acima de tudo, o de ligar-me às pessoas. Nunca pensei que o meu papel deste lado fosse tão difícil como estar em cima daquele palco, e estar nervoso como eles. Vou carregando no botão, vou escolhendo cinco, seis pessoas, sete, e depois começo a perceber: «Não posso carregar para toda a gente, tenho de construir uma boa equipa, para ganhar”.

Dedicou uma música ao seu irmão gémeo. Como e a vossa relação?
Ter um irmão gémeo faz de mim uma pessoa mais solidária. Partilhámos o mesmo quarto, começámos a trabalhar juntos. Ele foi mais altruísta. Dá-me o seu talento a filmar, a tirar fotos, a editar. O meu irmão é o meu melhor amigo, a melhor companhia. Mesmo quando estamos distantes, ou não falamos, sei que ele está lá quando eu mais preciso.

A relação com os seus pais também e próxima?
Sim. Somos uma equipa. Eu, o meu irmão e os meus pais sempre fomos uma família muito unida. Sempre fizemos tudo juntos, desde a praia, as actividades do futebol, os concertos… Sempre ultrapassámos tudo juntos.


O cantor vai estrear-se na Altice Arena com o álbum "South Side Boy", mais «biográfico»

O novo álbum que vai apresentar na Altice Arena chama-se “South Side Boy”. E um regresso?
O nome indica um regresso às origens, a emoções mais antigas. É também uma homenagem à claque do Farense, o clube da minha cidade, Faro.

 


Como é a sua ligação ao Farense?
Gostava de acompanhar mais o clube. Sou um apaixonado por futebol. Joguei muitos, muitos anos à bola. Experimentei jogar no Farense mas não era suficientemente bom. Tive de ir para outro clube, o São Luís, também bom mas sem a continuidade do Farense. O meu clube acabava nos juniores e aí terminei a minha curta carreira futebolística.

Chegou a ponderar seguir essa carreira?
Claro. Eu e o meu irmão sempre fomos muito ligados ao desporto e ao futebol. O meu pai também jogou no Futebol Clube de São Luís e estávamos a manter o legado. O meu irmão continuou mais uns anos, eu fiquei pelo caminho, graças à música. Surgiu a meio do meu percurso e ainda estive meio dividido. O amor pela música venceu.

Ouvia música em pequeno?
únhamos os discos durante as limpezas de casa ao fim-de-semana. Não somos muito melómanos, somos mais de ouvir só para fazer companhia. Lembro-me de a minha mãe pôr os discos do Tony Carreira, do João Pedro Pais. A partir dos 15, 16 anos, comecei a ganhar gosto pela música e a busca começou a surgir.

A nível de saúde, que cuidados mantem? Ainda joga futebol?
Às segundas-feiras, costumamos juntar malta da música e jogar à bola. Quando não é possível por causa da agenda, concertos e alguns compromissos, costumo fazer alguma coisa em casa, ou vou caminhar, agora mais com a Mel, para ela fazer algum desporto por causa da barriguinha.

 

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