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31 outubro 2022
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Mário Pereira Fotografia de Mário Pereira

Farmácias chamadas a intervir no pós-pandemia

​​​Ministro da Saúde quer farmácias a apoiar a dispensa de medicação hospitalar e a renovação da terapêutica já em 2023.

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O Orçamento do Estado (OE) para 2023 inclui duas medidas que envolvem uma maior participação das farmácias no sistema de saúde: a distribuição de medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias, uma medida que vai beneficiar 150 mil doentes crónicos, e que já tinha sido ensaiada, com sucesso, durante a pandemia, e a renovação automática da medicação crónica. Isto mesmo reiterou o ministro da Saúde durante a conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo, que decorreu a 27 de outubro, no auditório da Associação Nacional das Farmácias (ANF). No discurso de abertura dos trabalhos, Manuel Pizarro aproveitou para agradecer o esforço dos profissionais de saúde, «enfermeiros, mas também farmacêuticos» na campanha de vacinação contra a gripe e a COVID-19. 

 ​Na abertura dos trabalhos, Ema Paulino afirmou a disponibilidade da ANF para manter o diálogo com o Ministério da Saúde

A conferência propôs-se debater os desafios da saúde no pós-pandemia. Ora, se a pandemia alguma coisa mostrou foi a importância da «interdependência e da partilha de soluções» na área da saúde, defendeu Ema Paulino, garantindo que a ANF está aberta a um «diálogo contínuo e profícuo» com o Ministério da Saúde. «Podem sempre contar connosco», garantiu a presidente da ANF. ​


Na mesa-redonda debateu-se o pós-pandemia: o que ficou e como é possível evoluir

A par do desenvolvimento da saúde digital, a pandemia promoveu o trabalho em parceria e a colaboração intersectorial. «Houve trabalho em colaboração como nunca tinha havido antes», notou Catarina Marcelino, do Instituto da Segurança Social. A urgência de encontrar soluções para combater a COVID-19 agilizou a tomada de decisões, reduziu a burocracia e «derrubou preconceitos». Um exemplo foi a Operação Luz Verde, que permitiu às farmácias comunitárias a dispensa de medicamentos hospitalares, lembrou Ana Tenreiro, da Direção da ANF. «Temos uma porta aberta para começarmos a dialogar», considerou. O próximo passo é iniciar a partilha de dados em saúde, «essencial, por exemplo, para o processo de renovação da terapêutica». 


A presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, Maria do Rosário Zincke, pediu «visão estratégica»

É preciso agora implementar no terreno o que «funcionou bem em regime de exceção», pediu a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, porque, como explicou, a pandemia deixou lacunas grandes, que não se colmatam com um esforço acrescido por parte dos profissionais de saúde. «É preciso uma viragem com visão estratégica» e uma maior aposta no setor social, defendeu Maria do Rosário Zincke.


 Xavier Barreto, da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), falou sobre como os cidadãos podem contribuir para construir um sistema de saúde mais sustentável

Criação de equipas mistas e mais trabalho intersectorial, a nível decisório e no terreno, são as soluções para um sistema de saúde sustentável, foi a opinião consensual. «O que faz sentido é um modelo mais integrado que envolva hospitais, centros de saúde, farmácias, associações de doentes e setor social», defendeu Xavier Barreto, farmacêutico de formação e presidente da direção da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).​


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