Especialidades de saúde como nutrição, podologia e enfermagem devem marcar cada vez mais o actual e futuro modelo de funcionamento das farmácias, defenderam profissionais de saúde, à margem da sessão paralela “Farmácia de Serviços”, realizada no 13.º Congresso Nacional das Farmácias, em Lisboa.
«Há muitas zonas do nosso país onde aquilo que as pessoas têm mais próximo de si é uma farmácia. Se o utente tiver de levar medicação injectável, quem é que a vai administrar? É uma mais-valia para todos ter enfermagem na farmácia», considerou Gabriela Albuquerque, enfermeira-chefe do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, Lisboa.
A integração dos profissionais de enfermagem é representativa da complementaridade de serviços farmacêuticos que devem marcar o funcionamento do espaço da farmácia. «Tendo um enfermeiro na farmácia, é mais fácil identificar, diagnosticar, e, por outro lado, a farmácia faz a ponte para as outras especialidades», considerou ainda a profissional de enfermagem.
A nutrição foi igualmente enumerada como um serviço de saúde que deve continuar a chegar aos utentes. «Todos os dias somos bombardeados com informação sobre nutrição pelos media e redes sociais. Não significa, por isso, que sejamos uma população esclarecida e eu noto isso nas minhas consultas», assegurou a nutricionista Rute Domingues.
A oradora lembrou que «metade da população portuguesa tem excesso de peso e existe uma prevalência muito alta de diabetes».
Também a especialidade de podologia foi lembrada como área de saúde que deve continuar a integrar o leque de serviços disponíveis na farmácia. «86 por cento da população tem patologias nos pés. Só 12 por cento desse universo já foi a uma consulta de podologia», afiançou a podologista Susana Costa.
Directora de Serviços Farmacêuticos da Associação Nacional das Farmácias, Rute Horta sublinhou que a farmácia de serviços deve ser um espaço onde «cada um é essencial, mas todos nos complementamos».
