Arrancou hoje, 14 de Dezembro, a campanha solidária para recolha de fundos nas farmácias “Dê Troco a Quem Precisa”. A iniciativa, que se estende até ao dia 22, convida os portugueses a doarem o troco das compras realizadas nas farmácias ao fundo criado para apoiar as pessoas mais fragilizadas no acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde pelo impacto económico da pandemia.
Maria de Belém Roseira, embaixadora da Associação Dignitude, entidade dinamizadora do Programa Abem: Rede Solidária do Medicamentos, no âmbito do qual nasceu a Emergência Abem: COVID-19, explicou esta manhã, no lançamento oficial da campanha, que o objectivo dos donativos pedidos à população é precisamente apoiar o grande número de pessoas que, de um momento para o outro, ficaram sem rendimentos, «no acesso a um bem de primeira necessidade com este. É um drama horrível vermos pessoas que ficaram desempregadas ou estão em situação de lay-off, deixarem agravar doenças perfeitamente tratáveis, por vezes com consequências fatais, por falta de dinheiro. Nós queremos aliviar esse sofrimento», garantiu.
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As dificuldades acrescidas pelo combate ao novo coronavírus são bem conhecidas das farmácias, conforme testemunhou a farmacêutica Helena Quelhas, dando o exemplo dos muitos reformados «entre a população que servimos, que estão a ajudar os filhos ou os netos, porque muitas famílias ficaram sem emprego neste período da pandemia». A directora-técnica da Farmácia Pinto em Linda-a-Velha, no concelho de Oeiras, acredita, por se tratar de uma vivência partilhada por todo o país, que este ano os portugueses serão ainda mais generosos nas doações. «Quando convidamos as pessoas a doar o troco, o nosso programa informático arredonda o valor da compra, por defeito, à unidade. Estamos, portanto, a falar de donativos de cêntimos. Contudo, o que verificamos é que a maior parte dos utentes não dá uns cêntimos, aumenta a doação. A nossa experiência das anteriores edições desta campanha é de uma enorme generosidade e abertura, e esperamos que este ano se repita».
Os efeitos da pandemia estão para durar, lembra Maria de Belém Roseira. Por isso o apelo é só um: «Gostaríamos muito que as pessoas se lembrassem, sobretudo nesta época, de quem está em sofrimento e não tem acesso a uma coisa tão essencial como os medicamentos, seja para controlar uma hipertensão arterial, uma diabetes ou uma asma. Temos o dever de pensar nas consequências disto para o próximo e para todos, enquanto sociedade. É muito importante que quem possa contribua, com a generosidade que puder, porque, tudo somado, do pouco se faz muito».
O Fundo Emergência Abem: COVID-19 arrancou em Março e já apoiou 962 pessoas. Através deste fundo foi ainda possível fazer a entrega de medicamentos hospitalares no domicílio ou em farmácias de proximidade aos doentes com patologias mais graves durante o período de confinamento, assim como co-comparticipar, juntamente com os municípios, a administração das vacinas da gripe aos maiores de 65 anos, no programa “Vacinação SNS Local”.