Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
8 fevereiro 2021
Texto de Manuel Pedro Magalhães (cirurgião cardiotorácico/director-clínico do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa) Texto de Manuel Pedro Magalhães (cirurgião cardiotorácico/director-clínico do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa)

Crime e justiça

O acesso e a proximidade têm estado garantidos nas farmácias.​​​​​​​​

Tags

A completa ausência de contactos entre os centros de saúde do SNS e as farmácias comunitárias revela-se, em altura de pandemia grave com múltiplas medidas de confinamento, um “crime” para a saúde dos portugueses.

Numa apreciação sumária, existem mais farmácias (fruto do trabalho e investimento de cidadãos portugueses) do que centros de saúde.

Nos últimos anos, o acesso e a proximidade têm estado mais garantidos nas farmácias do que nos centros de saúde.

Para muitos actos necessários (renovação de terapêutica, controle de dados fisiológicos, temperatura, tensão arterial, glicémia, etc.), para aconselhamento e acompanhamento de proximidade, é absolutamente surpreendente constatar-se que não há, por parte das “autoridades” do SNS, qualquer iniciativa ou abertura para verdadeiramente ir ao encontro do cidadão, através das farmácias, serviços próximos e amigos, que conhecem as pessoas.

Ao invés, os comentários oficiais em relação às farmácias mantêm-se negativos e hostis.

Como se quem lá trabalha e investe não fosse cidadão de direito total.

E se, como quem as procura, o fizesse a seu belo prazer e por sua conta e risco, porque nos estabelecimentos oficiais do SNS estão garantidas todas as condições de atendimento e o cidadão vê respeitados os seus direitos de resposta a tempo e horas.

Ora, a realidade actual (e muito agravada pela pandemia) revela que os serviços públicos de assistência clínica estão a ser manifestamente insuficientes.

E os responsáveis oficiais “ignoram”, com negligência afrontosa, um recurso que têm próximo para minorar essas insuficiências.

Olhem com inteligência para o que temos e iniciem de imediato planos de colaboração/integração de cuidados de proximidade e vigilância clínica através das nossas farmácias, que não abandonam o Interior, envelhecido e desertificado, e não falham no atendimento individual que lhes está acometido.

Servirão assim, muito melhor, a saúde de cada um de nós, fazendo então justiça ao apregoado Serviço Nacional de Saúde.​​
Notícias relacionadas