Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
14 outubro 2019
Texto de Vera Pimenta Texto de Vera Pimenta Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Cozinhar descontrai-me»

​​​​​​​​​​​​​​Do mundo da televisão à culinária, Ana Guiomar fala das suas maiores paixões – na melhor companhia.​

Tags

REVISTA SAÚDA - ​​Como foi a entrada para o mundo da televisão? 
ANA GUIOMAR - A minha mãe era maquilhadora profissional e trabalhava em televisão. Eu acompanhava-a muitas vezes e um dia achei que podia fazer qualquer coisa na área, para ganhar algum dinheiro nas férias de Verão. Ela inscreveu-me numa agência e eu fui fazendo participações em pequenas séries. Mas o maior casting de representação foi mesmo o dos “Morangos com Açúcar”.

Qual foi a sensação de ser uma das escolhidas? 
Eu só tinha assistido à primeira série e não tinha noção que aquilo era um produto juvenil que permitia construir uma carreira no meio artístico. Por isso não criei expectativas. Tinha 14 anos e só me lembro de achar que era um trabalho cansativo, mas muito divertido. Quando entrei foi só para a série de Verão, que durava três meses. Era óptimo, porque foi durante as férias da escola. Depois passei para a série escolar e aí pensei: «OK, este papel vai ser grande».

O ritmo mudou muito?
Era uma loucura. Gravávamos todos os dias. E, durante as gravações, lembro-me de, em vez de estar na sala de actores a conviver com os meus colegas, preferir estar no estúdio a ver os actores mais velhos a trabalhar.

O que sente ao reencontrar esses actores agora? 
É incrível! Por exemplo, agora no “Golpe de Sorte” reencontrei a Maria Manuela, que foi minha directora de actores nos Morangos. E nessa altura nós tínhamos algum receio dela. Se estivéssemos a ensaiar e a olhar para o relógio ela dizia que aquilo não era uma brincadeira e que, em vez de nos preocuparmos com o tempo, tínhamos de trabalhar. É muito engraçado. Ou a Patrícia Tavares, que às vezes olha para mim e diz: «Eu lembro-me de ti, pirralha!».

 


Em criança já sonhava ser actriz? 
Não. Eu nunca pensei que queria ser actriz. Não havia um sonho de menina. Só depois da minha quarta ou quinta novela é que deixei de ter pudor de dizer que queria que fosse esta a minha vida.

Em 2008 estreou-se no teatro. Foi uma transição natural?
A minha primeira peça foi “A Purga”. Antes disso só tinha tido experiências mais pequenas. Fiz o casting no Teatro Aberto e acabei por ficar a trabalhar com eles nos últimos dez anos. E ainda bem que aconteceu. Porque sou uma pessoa diferente graças a isso. O teatro muda-te. Permite- -te ver para além do que está escrito e colocar-te no lugar do outro. E o trabalho de actor passa muito por aí. Foi a escola que não tive.

Quais são as diferenças entre o trabalho de televisão e o de teatro? 
O trabalho de televisão é muito rápido. Nem sempre tens tempo para te preparar ou para ensaiar com os colegas com quem vais contracenar. É preciso ter um talento muito grande para se sair bem. Em teatro acabas por conseguir preparar melhor a personagem. Mas tudo é uma descoberta e isso é muito interessante.

Vale a pena perguntar de qual gosta mais? 
Isso não! Há fases em que me apetece mais fazer televisão e outras teatro. O teatro é alta competição. E, tal como os atletas nem sempre estão prontos para ir aos Jogos Olímpicos, os actores nem sempre estão emocionalmente preparados para fazer teatro.


Há quatro anos criou o "Mãe Já Não tenho Sopa" para inspirar as pessoas a cozinhar

No meio de tantos projectos, como surgiu o “Mãe, Já Não Tenho Sopa!”? 
Eu gosto muito de culinária. Descontrai-me chegar a casa e ter o ritual de cozinhar, preparar tudo para o dia seguinte, ler os textos. E adoro a parte estética dos pratos, como o empratamento e o trabalho de cores. Juntei isso tudo e surgiu esta ideia. No início mais como hobby e agora já com marcas que nos apoiam. Há prazos para cumprir e ingredientes para testar, mas não deixa de ser muito prazeroso.

De onde surgem as ideias para os pratos? 
Os pratos que partilho são muitas vezes os que faço em casa. Ou algum ingrediente que me desafiam a experimentar. Na minha família, as mulheres são todas grandes cozinheiras. Os homens também, mas um bocadinho mais tímidos (risos). Sinto falta quando fico mais do que uma semana sem cozinhar.​

 


É importante para si manter uma dieta equilibrada? 
Eu sempre tive uma alimentação variada. Como o meu pai é agricultor, habituei- -me desde miúda a comer a fruta e os legumes da época. Muitas vezes até partilho vegetais da horta dele na página! Não como muitas vezes fora. Até porque hoje em dia comer fora nas grandes cidades acaba por ser chato. Tudo é conceito. Às vezes só apetece comer uma boa sopa e um bom peixe, e é difícil de encontrar.

Isso inspira os seus seguidores? 
Eu gosto de ensinar as pessoas a cozinhar em casa. Se adoras lasanha, porquê comprar uma embalada, cheia de corantes e conservantes, quando podes ser tu a fazê-la? Se não podes comer glúten, trocas a massa por curgete. Perceber os ingredientes de cada prato é meio caminho para mudar hábitos. E se comermos um bocadinho de tudo podemos ter uma alimentação equilibrada sem grande esforço.

 


Como concilia o trabalho com a família?
 A família para mim é o mais importante. E quanto mais cresço, mais importância tem. É engraçado como a partir dos 25 ou 26 anos começas a perceber isso. Eu tenho uma regra: todas as semanas vou ao Ramalhal visitar a minha família. E só consigo gerir bem a minha vida profissional e pessoal desta forma.


O Bart faz parte da família há 11 anos

O Bart também faz parte da família.
Quando foi lá para casa tinha cinco meses. O Bart é um cão muito fofinho, com uma personalidade tipo Mr. Bean. Está sempre a brincar sozinho e a esconder a bola. Só se porta bem na televisão, porque é muito vaidoso!

Que cuidados tem com ele? 
Agora, com 11 anos, temos de ter cuidados redobrados. Com a alimentação, a queda de pêlo, a desparasitação, os comprimidos para as pulgas e a coleira para os insectos. E o calor. Ele dá-se muito mal com o calor.

 


O que é preciso para se sentir equilibrada? 
Nesta fase dos 30, dormir é muito importante. Beber água, hidratar a pele, fazer exercício e comer bem, sem dúvida nenhuma. E estar próxima das pessoas que me fazem rir.


Ana Guiomar vai estrear-se no cinema ainda este ano e prepara projecto na TVI​

Onde podemos encontrar a Ana nos próximos tempos? 
Em breve vou estrear-me no cinema, com um filme do Vicente Alves do Ó. É uma coisa que eu queria muito, por isso estou expectante. Vou completar também uma triologia de curtas-metragens. No teatro, em Setembro de 2020 vou repor a “Golpada”. Em televisão há novidades, mas não posso revelar…

Planos para o futuro?
Família, trabalho, viagens.  E muita saúde (risos)!

 

Notícias relacionadas
Galerias relacionadas