Os pais devem esperar «pelo menos uma semana» para apresentar o bebé. Para o psicólogo clínico Eduardo Sá, é essencial promover este comportamento. «Hoje em dia, os internamentos pós-parto são curtinhos. Se a família puder esperar, a mãe e o bebé agradecem e muito». Durante o internamento, recomenda apenas «visitas fugazes» dos avós. «Quando se está numa maternidade o descanso é essencial.
Em regra geral, a mãe não está num quarto individual. À noite vários bebés choram e, num primeiro momento, a amamentação não é uma experiência simples», justifica. Na opinião de Eduardo Sá, nem sempre os irmãos devem ser levados à maternidade. «As crianças mais pequenas ficam muito chocadas por a mãe estar tão vulnerável e não lhes poder pegar ao colo com a mesma desenvoltura. E, sobretudo, por terem de a deixar lá quando viram costas».
Já em casa, na primeira semana, Eduardo Sá aconselha «uma certa interdição» a visitas. «Sei que não é fácil, mas se os familiares e amigos conseguirem esperar duas semanas protegerão muito mais o bebé e a mãe». A «dimensão bacteriológica» que envolve o bebé não deve assustar os pais: «está muito bem blindado pela amamentação». Também as mudanças de humor da mãe, conhecidas por baby blues, devem ser encaradas sem alarmismos. «As grávidas saudáveis precisam de ficar cansadas e às vezes saudavelmente tristonhas».
A viver uma fase de descoberta e adaptação – ao bebé e à nova dinâmica de casal – as ajudas da família «são muito importantes». «Se a mãe não tiver que fazer refeições ou outras tarefas, tanto melhor», defende. Nesta fase, «a mãe e o bebé precisam de tempo, espaço e sobretudo de tranquilidade», conclui Eduardo Sá.